São Paulo, terça-feira, 22 de março de 1994![]() |
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Pacote Sony traz Yo-Yo Ma
JOÃO BATISTA NATALI
Se não amplia seu público ao executar o "Trio para Violino, Violoncelo e Piano", de Charles Ives (1874-1954), ou "Triptych", de Leon Kirchner, 75, Yo-Yo Ma ao menos reforça a reputação de um dos cellistas de maior profundidade técnica de sua geração. Ele é peculiar ao escapar da armadilha que consistiria em romantizar os fraseados, em prolongar o som de uma corda antes da passagem do arco para a seguinte. Outro solista, o pianista Yefim Bronfman, comparece em três concertos de Sergei Prokofiev (1891-1953), todos eles de períodos assumidamente alheios à estética oficial soviética. Bronfman concebe as três peças como a antítese de qualquer lirismo. Zubin Mehta, com a Orquestra Filarmônica de Israel, não acompanha a mesma concepção endurecida. Vale conferir a execução de Riccardo Muti e a orquestra do Scala de Milão com três compositores italianos –Alfredo Casella (1883-1947), Giuseppe Martucci (1856-1909) e Ferruccio Busoni (1866-1924)– que têm em comum o fato de serem pouco executados e conceberem a escrita sinfônica como uma arquitetura de sutis simetrismos. Os três últimos CDs são mais leves e previsíveis. "Mulheres em Angústia" traz sopranos como Eva Marton (inadequada numa das áreas da "Butterfly"), Katia Ricciarelli, Frederica von Stade ou Renata Scotto, numa antologia cujo único mérito é a diversidade do repertório. O Quarteto Artis executa Smetana e Dvorak (excelente o segundo movimento, um "molto vivace" que conjuntos mais demagógicos tendem a levar para o aciganado). Por fim, Bruno Weil rege a Sinfônica de Viena em oito aberturas de Jacques Offenbach (1819-1880).(JBN) Pacote: Sony Music Preço médio: CR$ 12 mil (cada CD) Texto Anterior: CD clássico vive "boom" de vendagem no Brasil Próximo Texto: "Fausto" demoniza Beethoven Índice |
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