São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994 |
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Saiba escolher o melhor travesseiro
AURELIANO BIANCARELLI
Os travesseiros de pluma são macios, gostosos de afundar a cabeça. Os de macela são perfumados, os magnéticos prometem irradiações terapêuticas. E há os de espuma de todos os tipos, os de mil-flores, de sementinhas, de paina, de cortiça. Para os médicos, os travesseiros devem se limitar a seu papel original de mero encosto de cabeça, o que não é pouco. O travesseiro permite que a coluna seja mantida em posição correta quando se está dormindo. Quem acorda cansado ou com dores no corpo pode estar dormindo em companhia errada. Na prática, porém, muita gente escolhe o travesseiro como um objeto que proporciona prazer e relaxamento. O hotel Mayfair Regent, de Nova York, tem um "banco" com 12 tipos de travesseiros, ortopédicos, antialérgicos, de plumas, de água, grandes e pequenos. Cada hóspede escolhe o seu. A atriz Etty Fraser, 62, adora plumas e vive cercada de travesseiros. Como tem bronquite e as penas lhe provocam alergia, tem sempre dois outros travesseiros de macela, um para as costas, outro para evitar o contato direto com o de plumas. "Adoro camas grandes cheias de travesseiros." Quando viaja, Etty carrega os de macela na mala. Travesseiros de pluma industrializados são encontrados nas lojas de artigos para cama, mesa e banho e grandes magazines. Quem prefere produção artesanal, com pedidos sob medida, não tem muitas opções. Juliana Boda, 56, da Ilona Plumas, cultiva há 40 anos uma clientela que vem passando de pais para filhos. A casa produz, reforma e lava travesseiros de pluma e pena. "A pluma lavada e esterilizada dura a vida toda", diz Juliana. Assim, basta trocar a capa de tempos em tempos. Seu último grande pedido foi do tenor Luciano Pavarotti quando esteve no Brasil no ano passado. "Ele dorme com 12 travesseiros", diz Juliana. No momento, ela confecciona um travesseiro de 1 m por 1m20 para um empresário do Nordeste. As plumas e penas são de gansos e patos. As de galinha acabam pegando cheiro. José Vicente Ristow Testani, 41, diretor da empresa Plooma, diz que são necessários cinco gansos ou oito patos para preencher um travesseiro de pluma médio. Texto Anterior: Metrô atrasa duas horas em dia de protesto e greve Próximo Texto: Cheiro acalma e combate insônia Índice |
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