São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 1994
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Cédulas do real chegam ao BC em 15 de abril

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BC (Banco Central) começa a receber a partir de 15 de abril as primeiras cédulas do real. "O novo dinheiro ficará guardado no BC até que haja recursos suficientes e tenha sido tomada a decisão para fazer a troca pelo cruzeiro real", disse à Fol
ha Carlos Eduardo Tavares de Andrade, diretor de administração do BC.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Clóvis Carvalho, informou ontem que o ministro Fernando Henrique Cardoso anunciou na reunião do Conselho Monetário Nacional que será divulgada à sociedade a data de substituição da moeda com antecedência de no mínimo 35 dias.
A dúvida sobre a data de introdução da nova deve-se ao processo de conversão dos preços em URV (Unidade Real de Valor) e à disponibilidade das novas cédulas do real. Com a fixação do prazo de 35 dias de antecedência, o real ainda poderá ser criado a partir de maio.
Tavares de Andrade disse que a maior parte das cédulas do real será produzida pela Casa da Moeda. "Será feita a importação de uma pequena parte das cédulas", disse.
A troca de moeda não será feita em apenas um dia. O BC fará uma companha de esclarecimento à população para evitar que os especuladores venham a comprar com deságio cruzeiros reais para depois trocá-los pelo real com ganhos abusivos. Assessores da Fazenda já pediram um estudo sobre países onde ocorreu a troca e foi constatado esse problema.
A equipe econômica elabora uma MP (medida provisória) que fixa as regras de conversão de ativos financeiros e preços para o real, incluindo tarifas públicas e passagens aéreas. O Palácio do Planalto defende a inclusão de alguns produtos básicos fabricados por poucas empresas que detêm o controle do mercado (oligopólios).
O Planalto argumenta que os preços em URV serão convertidos pelo pico e, por isso mesmo, justifica-se a intervenção do governo na fixação de preços em real. Na prática, a equipe de FHC já reconhece que antecipar a criação do real exigiria alguma modalidade de monitoramento de oligopólios.
Ivanir José Bortot, Liliana Lavoratti e Sônia Mossri

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