São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 1994
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Há um festival de opções de pagamento

DA REPORTAGEM LOCAL

Duas semanas após a estréia da URV (Unidade Real de Valor) o consumidor encontra no comércio as mais variadas opções de pagamento. Os lojistas que liquidam roupas de verão ainda ignoram o novo indexador. Priorizam a venda à vista e os cheques pré-datados para 30 dias, no máximo. Os que lançaram a coleção outono-inverno "urvizaram" os preços, mas confessam que estão inseguros. Chegam a duvidar da adesão à URV pelo mercado.
Nas lojas de São Paulo se vê de tudo. A Vide Bula, instalada na r. Oscar Freire, nos Jardins, por exemplo, faz uma promoção de verão com opções de pagamento distintas. Por uma calça jeans, o cliente paga CR$ 26 mil à vista, em duas vezes (uma entrada e mais uma prestação após 30 dias) e com cheque pré-datado para 15 dias. Se optar pelo cartão de crédito, paga 50% mais.
Marcelo Andriani, gerente, diz que essas opções mudam com a entrada de roupas de outono-inverno. "O preço em URV será o mesmo para as várias opções de pagamento." Segundo ele, o cliente está indeciso. Por isso está preferindo comprar à vista.
A poucos metros da Vide Bula, na Parresh, o consumidor já vê como o novo indexador funciona na prática. Essa loja, especializada em roupas femininas, lançou na quinta-feira a coleção outono-inverno com preços em URV. Se o cliente decidir dar um cheque para 15 dias, por exemplo, a loja estima o valor da URV em cruzeiros reais para a data do pagamento.
A Triton é outra loja da r. Oscar Freire que já trabalha com a URV na coleção outono-inverno. A loja recebe da sua central uma tabela de preços diariamente já transformada em cruzeiros reais para facilitar o dia-a-dia dos vendedores e dos clientes. O preço à vista e no cartão é o mesmo.
A Victor Hugo, especializada em bolsas, já decidiu suspender temporariamente a venda com cartão de crédito. Para David Francisco, proprietário do David's Bar, a URV é uma "maravilha". Segundo ele, é muito fácil trabalhar com o novo indexador. 90% dos clientes do restaurante optam pelo cartão de crédito.
Já nas lojas do centro de São Paulo, a URV parece desconhecida. A G. Aronson está comprando à vista dos fornecedores e incentivando esta mesma prática de venda com os clientes. Por enquanto não trabalha com cartão de crédito, informa Gerson Aronson, diretor.
O Ponto Frio fez uma experiência com a URV e colocou em promoção 12 produtos indexados à ela. Ricardo Aparecido da Silva, gerente da loja da r. Cons. Crispiniano, diz que o cliente ainda prefere comprar com taxas de juros pré-fixadas. (FF)

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