São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 1994
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Lauda insinua irregularidade na Williams

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao chegar ontem a São Paulo, Niki Lauda, um dos que foram recrutados para salvar a Ferrari, foi seco. "Se todas as equipes respeitarem o novo regulamento, o campeonato será mais competitivo. Não sei se isto está acontecendo agora", disse, numa clara referência à Williams. A equipe de Ayrton Senna andou brincando com a aerodinâmica e "driblou" as novas regras. "Andam comentando. Espero que isso seja averiguado", disse o ex-piloto austríaco, agora consultor da equipe italiana.
Mas a "rossa" fez das suas também. Ontem, fiscais da FIA estiveram em Interlagos e vetaram o novo combustível da Agip, feito especialmente para o time italiano.
No entanto, os técnicos da empresa conseguiram convencer a entidade da legalidade da nova gasolina, que dá um ganho de potência equivalente a 5 HP (cavalos de força) aos motores, segundo a assessoria de imprensa da equipe.
O combustível, denominado com a sigla 110, só foi experimentado em banco de provas. A FIA queria o veto porque o regulamento diz que o combustível utilizado na F-1 tem que ser comercializável. A Agip respondeu com 12 mil km de testes com carros de linha como BMW e Lancia, o que determinou o cancelamento do veto.
Desde o fatídico teste em Imola, no começo deste ano, quando o novo carro 412t1 fracassou em sua estréia, o time montado em Maranello para tirar a Ferrari do buraco já promoveu mais de 50 modificações no original concebido por John Barnard. "Estou otimista", disse Lauda, depois de hesitar por alguns segundos. "Temos que esperar para ver o que acontece na sexta-feira", disse o tricampeão mundial.
O diretor Jean Todt, outro dos salvadores recrutados, foi menos cauteloso, animado com a liberação do novo combustível. Já fala em repetir o GP Brasil de 89, quando Nigel Mansell ganhou a prova, na estréia da última Ferrari desenvolvida por Barnard.

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