São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 1994
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Brasil vence Argentina por 2 a 0

MÁRIO MAGALHÃES; FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL AO RECIFE

FÁBIO GUIBU
O Brasil quebrou um tabu de cinco anos e venceu a Argentina por 2 a 0 –mesmo placar da última vitória brasileira, no Maracanã, na Copa América de 89. Como naquela partida, o atacante Bebeto foi um dos destaques. Desta vez, marcou os dois gols, graças a dois precisos passes de Muller.
A Argentina, que fazia seu primeiro amistoso de preparação para a Copa do Mundo, pouco mostrou. O craque Diego Maradona permaneceu no banco de reservas, com a camisa 11. Os argentinos mostraram pouco futebol e muita violência, contando com a passividade do juiz Wilson Sousa.
O primeiro gol brasileiro saiu logo aos 6min do primeiro tempo, dando tranquilidade aos jogadores. O zagueiro Ricardo Rocha passou para Muller, que girou diante da zaga argentina e tocou de esquerda para Bebeto. O atacante do La Coruña chutou e o goleiro Goycochea, muito criticado pela imprensa argentina, espalmou a bola para dentro do gol.
O Brasil jogava melhor. Aos 22min, Muller se infiltrou entre dois zagueiros e desviou de Goycochea. A bola tocou no pé da trave esquerda.
Raí
As atenções de todos estavam voltadas para Raí, que tinha a responsabilidade de mostrar ao técnico Carlos Alberto Parreira que tem vez na seleção.
O meia do Paris Saint-Germain procurou se deslocar por todo o campo, sofreu muitas faltas e deixou boa impressão. Prudentemente, Parreira o substituiu por Rivaldo no intervalo.
Violência
Logo com 1min do segundo tempo, Rivaldo recebeu as "boas-vindas" do meia argentino Simeone, que, após derrubá-lo no meio-campo, pisou a mão direita do atacante corintiano.
O juiz Wilson Sousa, que tolerou outras faltas violentas, dos dois lados, no primeiro tempo, deu a Simeone o primeiro cartão marelo da partida.
As substituições do intervalo (Raí por Rivaldo, Ricardo Gomes por Mozer e Leonardo por Branco) aumentaram o ritmo da seleção, que tinha desacelerado no final da primeira etapa. Aos 7min, Leonardo fez jogada com Rivaldo e cruzou para Bebeto, mas a zaga se antecipou.
Aos 10min, Mozer pegou a sobra de uma dividida e só não fez o gol porque Goycochea se antecipou e saiu nos pés do zagueiro.
As faltas violentas se sucediam e o árbitro pouco fazia para coibi-las. Cáceres deu uma cotovelada em Muller no 14º minuto. Quatro minutos depois, o argentino Leo Rodríguez, ao reclamar de uma falta, empurrou o juiz. Nos dois casos, Wilson Sousa se limitou a mostrar o cartão amarelo aos argentinos.
A resposta brasileira veio aos 32min. Mazinho e Muller fizeram jogada pela direita. Enquanto Mazinho era pisado por Hernán Díaz, Muller escapou com a bola e cruzou na cabeça de Bebeto, que colocou a bola no ângulo esquerdo. Foi a única cabeçada do Brasil na partida.
A violência continuou a imperar em campo. Mazinho deu uma tesoura em Claudio García e levou o troco na jogada seguinte. A essa altura, a partida já estava decidida.
O técnico do Brasil, Carlos Alberto Parreira, pôs em campo o centroavante do Cruzeiro, Ronaldo, 17, que estreava na seleção. Ele pouco pôde fazer em dez minutos, mas mostrou disposição.
No final da partida, o Brasil se deu ao luxo de dar um "olé" nos argentinos. Cafu, um dos destaques do jogo, prendia a bola com muita habilidade. Na Argentina, o centroavante Batistuta foi o destaque.

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