São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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CNBB critica Congresso e Judiciário

e pede o diálogo entre os Poderes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) distribuiu uma nota sobre a crise entre os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), em que critica o Congresso e os membros da Justiça.
"Apelamos àqueles que sempre obtiveram altos salários e lucros para que saibam oferecer sua colaboração cívica", diz o texto.
O Judiciário é atacado diretamente nas propostas de governo também divulgadas ontem pela CNBB. "Está doente, muito doente", dizem os bispos.
A cúpula da Igreja Católica no Brasil defende a criação de organismos externos para controle do Judiciário e Ministério Público.
Segundo a CNBB, a principal característica do Judiciário "é o profundo distanciamento da sociedade civil. É desconhecido e encastelado em si mesmo".
Os bispos propõem uma maior politização de juízes, promotores e advogados, "com o abandono de mecanismos formais hipócritas que escondem sua utopia, para aproximá-los do povo".
Sobre a crise, a CNBB diz que abala a democracia brasileira, "conquistada a duras penas", e conclama os três Poderes à harmonia e ao diálogo.
O presidente da entidade, d. Luciano Mendes de Almeida, preferiu utilizar metáforas ao responder sobre a possibilidade de um aprofundamento da crise que colocasse em risco as instituições políticas e a consequente desestabilização da democracia.
"Se você está num avião em turbulência, a saída não é se jogar lá de cima. É rezar pelo piloto. Tem que haver condições da gente sair da turbulência com dignidade", afirmou D. Luciano.

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