São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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FHC diz a Itamar que disputa Presidência

IVANIR JOSÉ BORTOT; ANTONIO CARLOS SEIDL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, informou ao presidente Itamar Franco que pretende deixar o cargo para concorrer à Presidência.
FHC disse ao presidente que, por ele, lançaria "agora" sua candidatura. Mas que , antes, deveria fazer uma "última" consulta à família, neste final de semana.
Segundo o líder do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS), a conversa entre Itamar e FHC aconteceu anteontem. Ela foi confirmada pelo presidente da Telerj, José de Castro, amigo íntimo do presidente.
Com Fleury
Em São Paulo, onde se encontrou com o governador Fleury, FHC disse que está numa fase de "cogitação séria". "'Não quero tapar o sol com a peneira", afirmou depois da cerimônia de assinatura do acordo de refinanciamento da dívida do governo de São Paulo com o Banco do Brasil.
FHC afirmou que sua decisão de ficar ou sair do governo depende do que considerar mais vantajoso para o sucesso do plano econômico. "Qualquer que seja minha atitude, ela vai ter que ser baseada na minha convicção do que é melhor para o plano econômico e para o país."
FHC falou sobre sua conversa com Itamar para Fleury Filho. O ministro disse que Itamar lhe "garantiu" que tanto a atual equipe como o plano econômico serão mantidos.
O ministro deverá deverá anunciar publicamente sua decisão até quarta-feira. O nome do sucessor deverá ser fechado na terça-feira.
Os mais cotados são o ministro do Meio Ambiente, Rubem Ricúpero, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Clóvis Carvalho.
"FHC será o candidato do governo. Eu vou subir no palanque e fazer campanha para ele", disse José de Castro. Mas o peemedebista Pedro Simon ainda não assume o apoio a FHC.
Ele afirma, no entanto, que o ministro é um forte candidato: "Se hoje ele está com 12% nas pesquisas contra 40% de inflação, certamente quando a inflação cair a 12% ele estará com popularidade próxima dos 40%."
Essa semana o ministro praticamente fechou o acordo eleitoral entre o PSDB e o PFL. Ele pretente incluir na chapa o PTB, o PP e os dissidentes da candidatura de Orestes Quércia no PMDB.

Colaborou ANTONIO CARLOS SEIDL, da Reportagem Local

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