São Paulo, sábado, 26 de março de 1994 |
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Líderes decidem suspender a tramitação do projeto
GUTEMBERG DE SOUZA; FERNANDO GODINHO
Ainda não está descartada, também, a possibilidade de que a saída seja a reedição da medida provisória 434. A reunião no gabinete de Inocêncio foi interrompida por um telefonema do procurador-geral da República, Aristides Junqueira, que o informou sobre o início dos entendimentos entre o advogado José de Castro e o ministro Carlos Velloso -representando, respectivamente, Itamar e o presidente do STF, Octávio Galotti. Castro é íntimo de Itamar. "Se estão negociando, ótimo. Se não resolver, temos o projeto aí para votar", disse o deputado Roberto Freire (PPS-PE), autor da proposta. "Não devemos precipitar os acontecimentos. Poderíamos atrapalhar", afirmou Inocêncio. O projeto foi a forma encontrada pelos líderes para manter a regra de conversão salarial defendida pelo governo sem causar um constrangimento para o STF. A votação, prevista para a noite de quinta-feira, foi suspensa diante da disposição do presidente Itamar Franco em vetar o projeto, caso fosse aprovado. Um dos pontos que desagradaram o governo foi o artigo que o mandava repassar todo mês as verbas pedidas pelo Judiciário e Legislativo, sob pena de crime de responsabilidade. "A Constituição já diz isso, mas não é o momento de chamar a atenção para essa questão", afirmava pela manhã o líder do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS). O argumento de Simon, de que o artigo era "inoportuno", convenceu a maioria dos líderes e o texto acabou sendo alterado. "Estamos andando muito bem", comemorou Inocêncio, que articulou para o final da tarde uma reunião dos presidentes de todas as instituições envolvidas na crise. Texto Anterior: Portas escancaradas; Protesto organizado; Candidato enxuto; Lista cuidadosa; Começou de novo; Trombada; TIROTEIO Próximo Texto: Inocêncio admite algum prejuízo Índice |
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