São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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Emperra acordo entre metalúrgicos e empresas

DA FOLHA ABCD

A segunda rodada de negociação da campanha salarial 94 realizada ontem na sede da Anfavea, envolvendo representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Comissão de Negociação da Anfavea/Sindipeças terminou em impasse.
A pauta de reivindicações dos trabalhadores inclui cinco pontos, entre eles: aumento entre 20% a 25% pela média dos salários contratados nos últimos 12 meses, redução da jornada de trabalho de 48 para 40 horas semanais, fim das horas extras, piso salarial de US$ 350 e garantia de reposição de perdas caso exista inflação na nova moeda, o real.
O presidente da Comissão de Negociação da Anfavea, Antonio Alcântara, afirmou que o principal motivo do impasse nas negociações vem sendo a nova fórmula de reajuste proposta pelos trabalhadores. "Nós queremos adotar as regras de conversão salarial a Unidade Real de Valor (URV), conforme pede a MP 434. Sendo assim não há defasagem salarial. Já o sindicato nos trouxe uma nova metodologia que embute aumentos entre 20% e 25%. A princípio achamos o índice muito alto", disse. Outro ponto lembrado por Alcântara refere-se a redução da jornada de trabalho.
Com relação ao setor de autopeças, Wilson Roberto Começanha, representante do Sindipeças nas negociações, disse que os salários estão com ganho real entre 6% e 8% sendo desnecessário qualquer reajuste no momento.
Para o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Carlos Alberto Grana, a manutenção do impasse após duas reuniões com os empresários pode abrir espaço para um processo de mobilização dos trabalhadores na região. "A expectativa é de se obter consenso na próxima reunião. Do contrário há a possibilidade de greve", disse.

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