São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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Escolas fazem "excursão " a peças de teatro

DANIELA ROCHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Escolas fazem 'excursão' a peças de teatro
Com a volta às aulas as escolas estão fazendo verdadeiras excursões aos teatros mas nem sempre a experiência é feliz. Algumas peças fazem promoções para grupos escolares, como "Vereda da Salvação", em cartaz no teatro Sesc Vila Nova e "A Ditadura Como Ela É", no teatro Cacilda Becker.
A iniciativa é OK. Mas no último dia 18, alunos da 8ª série do colégio Madre Cabrini, da Vila Mariana, foram ver a peça "Vereda da Salvação", e ficaram tão animados que atrapalharam parte do público que não sabia da "excursão" dos alunos.
Ana Carolina Vieira Cedeno, 20, e Andrea Brito Aguiar, 18, foram assistir a peça e ficaram indignadas com o desinteresse e barulho dos estudantes. "A gritaria atrapalhou quem estava querendo assisitir", disse Andrea. "Acho que a peça é muito complexa para garotos de 14 anos", justificou Ana Carolina.
Em parte ela tinha razão. Um exemplo é o estudante Luis Felipe Lucentin, 14, que não gostou porque considerou o espetáculo cansativo. "A peça não me acrescentou nada porque não consegui entender e é tão repetitiva que até dormi."
As alunas Caroline Marchi, 13, Paola Campiello, 14, e Bruna Ianni, 14, todas da 8ª série, disseram preferir peças que têm linguagem "mais normal". "Quando não dava para entender bem e ficava desinteressante nós também conversávamos", afirmou Bruna.
Elas disseram preferir o gênero musical, como a peça "Splish Splash", com os atores Alexandre Frota e Raul Gazola.
Quem não se importou com o barulho foram os atores. A atriz Ângela Batista Banhoz, 17, que interpreta o papel de Artuliana, disse que o público diferente ajuda os atores no palco. Ela afirmou que seus colegas de escola ainda não foram ver o espetáculo.
Para o ator Walter Portella, o público adolescente precisa desenvolver o gosto pelo teatro. "E este é um caminho para isso", afirmou. (DR)

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