São Paulo, domingo, 27 de março de 1994 |
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"Meu nome vem do general"
MAURICIO STYCER
Neto de armênios, Amaury Vasken Emin deve o seu primeiro nome a um brasileiro, o general Amaury Kruel, comandante do 2º Exército (São Paulo) no dia 31 de março de 1964. "Foi uma homenagem dos meus pais. Nunca me incomodou. Pelo contrário. Enquanto a revolução era vista positivamente, até meados dos anos 70, eu até achava legal me chamar Amaury." Hoje, o engenheiro Amaury é diretor comercial de uma empresa importadora de equipamentos eletrônicos e vê as coisas sob ângulos opostos: "Se você parar para pensar, é uma data negra. Ninguém tem o direito de acabar com a liberdade de ninguém. Os militares erraram, e muito, nesse ponto. Mas é preciso levar em conta que foi um período de grande prosperidade para o país, inclusive em termos sociais." "Muito" interessado em política, Amaury votou em Guilherme Afif Domingos no primeiro turno e em Fernando Collor no segundo turno da eleição de 1989. Passado o susto ("Collor não é uma exceção, ele apenas foi descoberto"), o engenheiro hoje vê com simpatia o nome do senador Jarbas Passarinho (PPR-PA): "Seria bom para o Brasil, que precisa de sossego e estabilidade, ter um político respeitado na Presidência. Infelizmente, se esses políticos não se corrigirem, é possível acontecer um novo golpe em dez anos." Nascido e criado no Tataupé (zona leste de São Paulo), corintiano doente, Amaury acompanha futebol desde pequeno –e também descobriu que era mais feliz, e não sabia, nos anos 70: "Os jogadores não eram mercenários naquela época. Hoje, tem gente que só joga pelo dinheiro." Texto Anterior: "Não me ligo nessas coisas" Próximo Texto: "Fui vítima do que defendo" Índice |
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