São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 1994 |
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O advogado e a zona boêmia No início dos anos 60, José de Castro, amigo de Itamar, cuidou de um rumoroso caso de assassinato de uma prostituta em Juiz de Fora. O vulto dado ao assunto, porém, só se explicava por Castro ser genro do presidente da Congregação Mariana, Arthur Vieira. O tribunal estava repleto. O sogro comparecera. O promotor era Weber Pimenta, católico praticante e sobrinho do bispo de Mariana, d. Helvécio Gomes Pimenta. Castro apresentou as testemunhas: Iara Bico de Faca, Rita Vira Homem e outras prostitutas. Pimenta leu a ficha policial de cada uma, procurando desclassificar o testemunho. José de Castro ouviu a lista. E ponderou: – Caros jurados! Infelizmente o meu cliente não pode ter como testemunhas pessoas tão santas quanto o promotor Weber Pimenta e o presidente da Congregação Mariana, Arthur Vieira, que, ao que me consta, nem sabem onde se situa a zona boêmia. Portanto, terá de contar com quem estava no local do crime. Juiz, platéia e júri curvaram-se em gargalhas. Só Pimenta e Vieira mantiveram-se sérios. José de Castro ganhou a causa. Texto Anterior: Busca definitiva; Passarinho com tucano; Munição pesada; Ex-candidato preferido; Trilhos eleitorais; Outro mundo; Condição Próximo Texto: Militares da ativa se candidatam no RJ Índice |
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