São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 1994
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Deslizamento mata oito em Mangaratiba

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Oito pessoas morreram, quatro ficaram gravemente feridas e pelo menos outras três estão desaparecidas em consequência de um deslizamento de encosta na Praia do Saco, em Mangaratiba (RJ). Seiscentas toneladas de terra destruíram duas casas e uma garagem de barco e deixaram outra casa condenada, no condomínio Sociedade Amigos do Guity.
O deslizamento aconteceu por volta de 3h da madrugada de domingo, depois de uma chuva forte durante toda a noite de sábado. Ontem houve queda de barreiras em vários pontos da estrada para Mangaratiba, a rodovia Rio-Santos, o que prejudicou o trabalho de socorro na Praia do Saco.
Os destroços ocupam uma área de 1.600 metros quadrados, em 80 metros compreendidos entre a estrada, o mar e a casa condenada. O major Ferreira, do Corpo de Bombeiros, disse que a área é de difícil acesso e que não permite a entrada das máquinas escavadeiras. Cerca de 50 homens estão afastando os destroços manualmente. Um barco e dois helicópteros estão sendo utilizados na operação.
As casas soterradas pertencem a Eduardo dos Santos Oliveira e ao funcionário aposentado do Banco do Brasil Geraldo Ozanan Campelo de Azevedo. Ele comemorava no sábado seu 63º aniversário com um churrasco para 35 pessoas.
O caseiro de Geraldo Ozanan, José Jorge dos Santos, deixou a casa às 23h de sábado. Ele disse que até este horário havia na festa um grupo de 15 a 20 pessoas.
Até as 17h de ontem, já haviam sido identificados sete dos oito corpos encontrados nos escombros: Geraldo Ozanan Campelo de Azevedo, sua mulher, Elisabeth Flores, a filha e o irmão dela, Mariana, 11, e Francisco Flores, Cláudia Feldman, convidada da festa, a secretária da CEF Ângela Barros e o estudante Carlos Eduardo Louzada de Oliveira, 25, que estava na outra casa soterrada.
O caseiro José Jorge confirmou ainda que dormiu na casa de Geraldo Ozanan o filho da cozinheira, Silvio Rodrigues, 11. O pai de Mariana Flores, Mário Valadares Neto, disse que também estavam na festa sua irmã mais velha, Marília Valadares, 46, e o marido de Ângela Barros, Paulo Barros. Os três estão desaparecidos.
A Defesa Civil Municipal do Rio recebeu até as 18h de ontem 25 chamados devido a deslizamentos de barreira.

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