São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 1994
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Quem manda?; Voto band-aid; País dos advogados; Farpas 1; 2

HUMBERTO SACCOMANDI

A legislação italiana prevê que os eleitores residentes fora de seu domicílio eleitoral tenham transporte gratuito. Assim, um veneziano que vote em Milão tem direito a uma passagem de ida e volta de trem (segunda classe) paga pelo Estado (o preço é cerca de US$ 27). Essa lei antiga visava evitar fraudes eleitorais através da mudança maciça de eleitores. Isso era praticado normalmente por entidades católicas, que transferiam madres para conventos de uma determinada cidade onde a vitória de um candidato católico era incerta.

Quem manda?
Os italianos votam sem saber quem poderá governar o país. Na Itália, após a eleição do Parlamento, o premiê pode ser qualquer pessoa (não necessariamente um parlamentar) indicada pelo presidente. O indicado deve então ser aprovado pelo Parlamento. Assim, mesmo vencendo as eleições, o líder do partido majoritário pode ser preterido.

Voto band-aid
Um senador da federalista Liga Norte pediu que os contadores de voto com band-aids sejam examinados. Achille Otaviani, de Verona, teme que um pequeno pedaço de grafite inserido no band-aid possa servir para marcar votos, tornando-os nulos.

País dos advogados
Dos 4.352 candidatos ao Parlamento, 17,3% são advogados, 13,3% políticos, 3,3% médicos, 2,6% empresários. Os juízes, estrelas do escândalo de corrupcão, são 0,9%. As mulheres candidatas são 791.

Farpas - 1
O empresário Silvio Berlusconi prometeu, caso se torne premiê, se afastar de decisões relativas aos setores onde atuam suas empresas. Os ex-comunistas dizem que ele então não governará, pois tem negócios em áreas como comunicação, química, seguros, bancos, alimentos etc.

Farpas - 2
O ex-comunistas fazem o possível para se desvencilhar do escândalo de corrupção. "Só houve casos isolados", diz o partido. Berlusconi retruca: "Sim, foram só 200 casos isolados".(HuSa)

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