São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 1994 |
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Entenda as mudanças na política italiana
HUMBERTO SACCOMANDI
1. A Itália nos últimos 48 anos foi governada por uma coalizão de partidos de centro-direita, quase sempre liderada pela Democracia Cristã (DC). Participavam normalmente socialistas, republicanos, liberais e social-democratas. 2. A oposição era formada pelo Partido Comunista Italiano (PCI), pelos neofascistas do Movimento Social Italiano (MSI) e por outros grupos menores. 3. O fim dos regimes comunistas do Leste Europeu levou à decadência do PCI, que rachou e mudou de nome para Partido Democrático da Esquerda (PDS). 4. O escândalo de corrupção "Tangentopoli" demoliu os partidos de governo e as principais figuras políticas do país. A DC rachou e mudou de nome para Partido Popular (PPI). Os socialistas podem ficar de fora do Parlamento. Republicanos, liberais e social-democratas praticamente desapareceram. 5. Com a decadência das forças tradicionais de centro-direita, crescem partidos como o MSI (que procura se dissociar do fascismo e muda de nome para Aliança Nacional), forte no sul, e a Liga Norte (separatistas convertidos ao federalismo), forte no norte, rico. 6. Eleições municipais em 1993: os ex-comunistas vencem nas principais cidades. O magnata da mídia Silvio Berlusconi teme que o PDS chegue ao poder e lança um movimento político, Forza Italia, que logo vira partido. 7. Berlusconi consegue aglutinar a Liga e os neofascistas numa aliança anticomunista. O PDS, por sua vez, forma aliança de esquerda com a Refundação Comunista (stalinistas), reagrupando assim o antigo PCI. Ao centro, a antiga DC, reciclada e reagrupada. 8. Berlusconi se diz a única oposição. O governo apóia o centro e os ex-comunistas, que defendem o governo.(HuSa) Texto Anterior: Quem manda?; Voto band-aid; País dos advogados; Farpas 1; 2 Próximo Texto: Inimigos históricos se agrupam em alianças Índice |
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