São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 1994
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Há divergências no mercado quanto ao tamanho da safra

DA AGÊNCIA SAFRAS

A comercialização do milho na safra 93/94 deverá ser muito semelhante à registrada no ano passado, que teve quadro de oferta e demanda ajustado, mas com preços em baixa no mercado internacional.
Para os produtores, os preços somente começarão a se recuperar em abril, quando inicia-se a colheita da soja e há interrupção na de milho.
Levantamento da agência Safras indica a produção de 28,2 milhões de t em 94, embora a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) esteja prevendo a colheita de 31,6 milhões de t. Na avaliação da agência Safras, o número da Conab está superestimado, principalmente em relação à segunda safra.
O desempenho do Paraná, São Paulo e Nordeste podem elevar um pouco o volume de produção. Mas Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul continuarão com pouca oferta interna e preços locais elevados em relação aos demais Estados da região Centro-Sul.
O consumo interno de milho deverá ser de 29 milhões de t, com estoque de passagem de 1 milhão de t (a Conab prevê estoque inicial de 3 milhões de t e demanda de 32,6 milhões de t). Portanto, o balanço entre oferta e demanda é ajustado, sendo que o crescimento de consumo nos setores de aves e suínos poderá agravar o abastecimento.
Mas em 94 a utilização de produtos substitutos na alimentação animal pode equilibrar a oferta. A maior disponibilidade de farelo de soja, trigo de PH baixo e sorgo podem afetar a comercialização do milho.
A opção da indústria, além dos produtos substitutos, seria a importação. Caso a safra nordestina se mostre razoável, o país importará 1 milhão de t.
A safra dos EUA deverá ter recuperação de área e produção, recompondo estoques e reduzindo os preços mundiais. As cotações do milho na Bolsa de Chicago deverão cair da faixa dos atuais US$ 115/t para entre US$ 90/95,00/t no segundo semestre.
Com menor importação pela região Nordeste e maior oferta norte-americana, os preços da Argentina também devem cair.
Apesar desta tendência, os custos de importação para o Brasil não ficariam abaixo dos US$ 8,50 CIF, possibilitando margem para altas internas.
Até setembro, o mercado deverá operar na faixa de US$ 6,50/7 a saca, em média, nos Estados produtores e US$ 7/7,50 nos consumidores. Entre setembro e janeiro de 95, os preços deverão ficar entre US$ 7,50/8 e US$ 8/8,50 respectivamente.

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