São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 1994![]() |
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Economia do país enfrenta a estagnação
GILSON SCHWARTZ
Quatro em cada cinco administradores de empresas escolheram o Japão como modelo nos anos 80. Agora a economia japonesa entrou na maior recessão desde a crise do petróleo de 20 anos atrás. E há quem desconfie que os problemas devem continuar em 1994. A economia não cresceu em 1993. O iene valorizou-se. Ou seja, os produtos japoneses ficaram mais caros. Quanto mais caros, mais difíceis de exportar. O superávit comercial com os EUA, por exemplo, já começou a se reduzir. Diante desse cenário, as empresas param de investir. As quedas nas vendas e no investimento vão assim se reforçando, num círculo vicioso que empurra a economia do país para baixo. Junto com o aperto econômico continuam estourando escândalos de corrupção. O mais recente envolve um político ligado à indústria da construção, Kishiro Nakamura. Mesmo o escândalo político tem um aspecto econômico. Os Estados Unidos têm pressionado, nos últimos anos, buscando uma abertura do mercado japonês de obras públicas. Os problemas japoneses, entretanto, começaram a se agravar justamente quando a economia norte-americana começou a se recuperar. Isso significa que, mesmo com tanta pressão e problemas domésticos, as perspectivas tendem a melhorar para as empresas japonesas, que aprenderam a penetrar o mercado dos EUA como ninguém. Quando o mundo ia mal, a economia do Japão era protegida e ia bem. Agora que a locomotiva econômica do mundo volta a se mover, os japoneses entram em crise. Resta saber se é pura sorte ou se, ao contrário, daqui a alguns anos estaremos novamente admirando o senso estratégico japonês. Texto Anterior: Gueixas vivem para dar prazer aos homens Próximo Texto: Linha imperial continua até hoje Índice |
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