São Paulo, sábado, 2 de abril de 1994
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Ex-presidente já começou sua campanha

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Ex-presidente já começou sua campanha
O senador José Sarney (PMDB-AP) já começou a campanha interna para tentar convencer os peemedebistas de que seria o melhor candidato do partido à Presidência da República.
A equipe do ex-presidente despachou para os convencionais (grupo de 500 filiados com direito a escolher o candidato do partido) os primeiros pacotes com material de propaganda.
Os principais argumentos são os números das recentes pesquisas de intenção de voto, que apontam Sarney com vantagem sobre o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia. O ex-presidente conta com 11%, enquanto Quércia alcança 6%.
A propaganda inclui também adesivos, camisetas e um capítulo inusitado: cópias de reportagens da revista "Contigo" com previsões de "'pais-de-santo" maranhenses que apostam na volta de Sarney ao Palácio do Planalto.
As mensagens destacam o tom saudoso, na tentativa de mostrar que os brasileiros viviam melhor durante a administração Sarney (1985-90).
A estratégia do ex-presidente descarta, pelo menos até o momento, o confronto direto com Quércia. A idéia é mostrar aos eleitores que Sarney é o "candidato mais viável", sem utilizar ataques ao ex-governador.
Com uma campanha "civilizada", os aliados de Sarney acreditam que não criarão obstáculos para futuros acordos.
Mesmo que seja derrotado o seu projeto de candidatura, o ex-presidente quer manter o seu cacife em alta para negociações políticas na disputa eleitoral.
Um clima de conflito com os quercistas provocaria problemas mais adiante para acordos dentro do PMDB, restando apenas a opção de aliança com a candidatura do tucano Fernando Henrique.
"Prévias"A equipe do ex-presidente aposta na possibilidade de aprovação das "eleições prévias" do PMDB para a escolha do candidato do partido.
Caso isso aconteça, o universo de peemedebistas responsáveis pela escolha do candidato seria ampliado de 500 (número de pessoas que votariam numa convenção) para cerca de 250 mil filiados com direito a voto.
Caberá ao Diretório Nacional decidir, nos próximos dias, sobre a realização ou não das "eleições prévias".
Para os aliados de Sarney, o controle de Quércia sobre a máquina peemedebista torna muito mais difícil uma disputa em convenção.

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