São Paulo, sábado, 2 de abril de 1994 |
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Comitê lança nova proposta para emprego
JOÃO BATISTA DE ABREU
Os coordenadores da campanha pedirão audiência ao novo governador do Estado do Rio, Nilo Batista, para propor a criação de um conselho consultivo para acompanhar as obras. Este conselho seria composto pelo presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Barbosa Lima Sobrinho, o bispo de Duque de Caxias, d. Mauro Morelli, o sociólogo Herbert de Souza e representante do Clube de Engenharia. Uma das atribuições deste conselho seria propor ao governo estadual iniciativas que estimulassem a geração de empregos. Outro objetivo seria garantir a transparência administrativa da obra. O projeto de despoluição da baía está previsto para durar cinco anos, com financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), do capital japonês e do governo estadual. Um dos coordenadores do comitê Rio, o economista Maurício de Andrade, 42, afirma que a opção pela tecnologia utilizada pressupõe uma decisão política. Segundo ele, pode-se realizar o saneamento com equipamentos pesados, que dispensam o uso maciço de mão-de-obra, ou recorrer a técnicas alternativas, através de grandes frentes de trabalho. Andrade disse que a Baixada Fluminense, no entorno da Baía de Guanabara, abriga a maior parte dos 3,2 milhões de pessoas que vivem no Estado do Rio em situação de pobreza absoluta. O número corresponde a 10% dos 32 milhões de brasileiros miseráveis que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mapeou no país. A idéia de incentivar a geração de empresas em grandes projetos de construção civil faz parte da campanha contra a fome, que completa um ano no dia 28. Uma estratégia é buscar o apoio da pequena empresa – responsável por 59% dos empregos e 42% da massa salarial no Brasil – para pressionar o governo a conceder créditos para pequenos estabelecimentos. Na quarta-feira passada, o Ibase, a ABI e o Sebrae (Serviço Nacional de Apoio à Pequena e Microempresa) selaram, no Rio, um acordo em favor da geração de novos empregos. "Não estamos pedindo favor a ninguém. Queremos mostrar que, com relações precárias de trabalho, não há desenvolvimento. Pode haver riqueza para alguns, mas não desenvolvimento social", afirmou o sociólogo. Texto Anterior: Esquema do bicho Próximo Texto: Projeto exibe os primeiros resultados Índice |
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