São Paulo, sábado, 2 de abril de 1994
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Preço volta a acelerar nos supermercados

DA REPORTAGEM LOCAL

Os preços voltaram a subir com intensidade nos supermercados de São Paulo. Pesquisa do Datafolha em 12 estabelecimentos da cidade constatou alta média de 10,96% no período de 22 a 29 de março. O resultado representa aceleração superior a três pontos percentuais sobre os 7,94% da pesquisa anterior.
Em 30 dias o acumulado atinge 44,5%. A inflação de março, medida pelo IGP-M, foi de 45,71%. A URV teve variação de 43,26% no mês.
Nos 12 hipermercados pesquisados houve redução do ritmo de aumentos. O reajuste médio apontado na pesquisa foi de 8,29%, contra 9,09% na semana anterior. Isso não impediu um acumulado ainda maior em 30 dias: 47,7%.
Numa semana sem quedas de preço setorizadas –fato que, aliás, não ocorre há 11 pesquisas–, o aumento dos supermercados só não foi maior graças aos reajustes contidos dos hortigranjeiros (4,76%), embutidos (6,11%) e artigos de higiene (6,84%).
Os líderes dos aumentos foram os alimentos industrializados e produtos de limpeza. Trata-se dos setores que vêm apresentando os maiores problemas de adaptação ao Plano FHC.
Os supermercados têm acusado constantemente os fornecedores desses produtos de divulgar tabelas em URV com aumentos reais. Em contatos com o governo, os representantes das indústrias negam. Os aumentos continuam.
Os alimentos matinais subiram 14,17, enquanto os laticínios aumentaram 13,5% e os condimentos, 14%. Artigos de limpeza tiveram reajuste médio de 13,58%.
Embora com aumento de 11,21% na semana (contra só 2,77% na anterior), os cereais –ao lado das massas– continuam com a menor variação em 30 dias: 29,6%. Os líderes de aumento mensal são os laticínios (56,5%).
A explicação para a pouca pressão dos cereais está na colheita da safra. Já o leite e seus derivados estão em alta crescente justamente pelo início da entressafra. A expectativa é de novos aumentos.
A liderança de altas nos hipermercados também cabe ao setor de laticínios, com 69,6% em 30 dias. Na última pesquisa a alta do setor foi de 16,88%, a maior dos hipermercados. Com 67% de alta em um mês, os hortigranjeiros vêm logo a seguir.

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