São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994 |
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ACM monta rede de comunicação na Bahia
LUCIO VAZ
A estratégia política de ACM é chamada de "coronelismo eletrônico" pelo deputado Jutahy Magalhães Junior (PSDB-BA), pré-candidato ao governo estadual. A influência pelos meios de comunicação começa com uma rede de 90 emissoras de rádio e TV espalhadas pelo Estado. Todas estão nas mãos de aliados políticos, parentes e amigos do governador. ACM concedeu a maioria dos canais quando foi ministro das Comunicações. Esta rede de comunicação garante a divulgação da imagem de ACM em todo Estado. A veiculação massiva da propaganda do governo faz parte da estratégia. Nas últimas semanas no cargo (ACM deixou o governo em 2 de abril), o governador intensificou a sua propaganda institucional. Pesquisa da empresa Levantamento de Dados e Anunciantes mostra que o governo estadual veiculou 127 minutos de propaganda em três emissoras de TV de Salvador (Itapoã, Bandeirantes e Bahia) entre 19 e 29 deste mês, com imagens e até discursos de ACM. O deputado Jaques Wagner (PT-BA) ingressa hoje com representação no Tribunal Superior Eleitoral contra ACM. Wagner lembra que o artido 37 da Constituição deixa claro que a publicidade dos atos, obras e serviços dos órgãos públicos não pode conter "nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades". A mídia de ACM privilegia os aliados e discrimina os adversários, segundo levantamento feito pelo jornal oposicionista "Tribuna da Bahia". Entre janeiro e dezembro de 93, a publicidade do governo ocupou 33.615 centímetros de coluna no "Correio da Bahia", que tem o governador como um dos proprietários. Na "Tribuna", jornal de oposição, a propaganda ficou em 544 centímetros. Além disso, entre janeiro de 92 e março de 93, o governo do Estado pagou US$ 1,6 milhão em publicidade à TV Bahia, que tem o deputado Luis Eduardo, filho de ACM, como um dos proprietários. Texto Anterior: Incra duvida do aumento de invasões Próximo Texto: ACM justifica as concessões Índice |
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