São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pais protestam contra mensalidades em URV

DA REPORTAGEM LOCAL

A Apaesp (Associação de Pais de Alunos do Estado de São Paulo) deve entrar na Justiça contra as escolas que converteram as mensalidades em URV. Segundo a Apaesp, não houve negociação com os pais antes da conversão, como determina a Medida Provisória.
A presidente da associação, Hebe Tolosa, diz ainda que a conversão, com base nos últimos quatro meses, representa o pico.
Segundo ela, os meses de dezembro a março são "de inflação cheia". Em janeiro, as escolas fazem a fixação livre de preços que define a anuidade. Em fevereiro, acontece o reajuste pela inflação e em março, o repasse dos reajustes dos professores e funcionários.
"Eles (as escolas) estão usando os artigos que lhes convém da lei nº 8.170 e da MP", afirma.
O assessor do presidente do Sieeesp (sindicato que reúne donos de escolas particulares do Estado de São Paulo), Pedro Zan, disse que a conversão foi definida em assembléia de donos e mantenedores de escolas em 1º de março.
Segundo ele, a conversão pela média não vai onerar os pais porque está de acordo com as determinações do governo.
Hebe afirma que o problema é que não houve negociação entre as partes. Segundo ela, os pais foram comunicados através de circular.
Ela diz que a associação recebeu reclamações contra pelo menos 40 escolas, entre elas o colégio Rio Branco e várias escolas católicas. Uma escola do bairro do Aeroporto (zona sul), por exemplo, está cobrando 535,197 URVs em abril, quando a média das mensalidades nos quatro meses anteriores é de 366,62 URVs.
Segundo Hebe, a associação está recolhendo as circulares distribuídas nas escolas e os carnês em URV para entrar na Justiça. "Vamos mover uma ação civil pública, que é gratuita, da associação contra as escolas. Os nomes dos pais não vão aparecer", afirma.

Texto Anterior: Dono de escola diz que acusação é 'loucura'
Próximo Texto: Chuvas alagam ruas e matam 1 em Salvador
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.