São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994
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Idéia nasceu da insatisfação com as particulares

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A idéia da Cooperativa Educacional da Cidade de São Paulo nasceu em 92. Funcionários do BB, insatisfeitos com a mensalidade e qualidade de ensino das escolas particulares, começaram a buscar alternativas para seus filhos.
"Decidimos enveredar pelo caminho da cooperativa", conta Lúcia Pinheiro, que trabalha à tarde no banco e, no restante do dia, na escola, como diretora pedagógica.
O grupo fundador recusou financiamentos. "Embora fosse interessante, eu teria medo de não conseguir pagar", diz o presidente da cooperativa, Tadeu José Contrin Ribeiro, funcionário do BB.
A escola funciona desde 93 na Vila Mariana (zona sul). Tem 600 cooperados, 200 deles pais de alunos. "É que inicialmente pensamos montar a escola com todos os níveis, até o 2º grau. Depois vimos que seria inviável", diz Ribeiro.
Este ano, a escola está com cerca de 260 alunos (e "capacidade para 300"), turmas de manhã e à tarde de pré-escola e 1ª a 4ª séries do 1.º grau. Abriu este semestre turmas matutinas de 5ª e 6ª séries.
A mensalidade de março ficou em CR$ 86 mil –preço cobrado por uma escola particular de porte pequeno ou metade do cobrado por uma particular de primeira linha.
Segundo a direção, a maioria dos pais trabalha de graça em comissões (financeira, pedagógica etc). Alguns cargos (direção, orientação pedagógica e administração) foram profissionalizados.
Para entrar na cooperativa, o pai compra, no início, 20 quotas (CR$ 297 mil em março), parceladas em dez vezes. É o único gasto maior –em uma escola particular tradicional, o pai pagaria matrícula todo ano. Os outros gastos são rateados entre os usuários e os investimentos discutidos em assembléia.
Segundo os cooperados ouvidos pela Folha, "dá muito trabalho" manter a cooperativa.(FR)Cooperativa Educacional da Cidade de São Paulo - av. Conselheiro Rodrigues Alves, 138, Vila Mariana, zona sul, tel. (011) 570-4819.

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