São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994
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Papel precioso

FÁBIO SORMANI

Dediquei o espaço desta coluna, semana passada, para a volta de Magic Johnson.
Não foi desperdício de papel.
A volta de Magic foi, isto sim, a melhor coisa que poderia ter acontecido desde que Michael Jordan anunciou sua retirada das quadras.
Magic voltou, no entanto, não apenas para dar mais "glamour" à NBA. Ele reaparece para tentar modificar os rumos do basquete mundial, como fez quando era jogador e conquistou cinco dos 13 títulos que disputou com a camisa roxo-dourada dos Lakers.
Parece estar conseguindo.
Charge
Em sua edição da semana passada, a revista norte-americana "Time" publicou uma charge indagando se Magic terá, no banco dos Lakers, a cabeça de treinador ou de jogador. Ou seja, se ele conseguir resolver este dilema, pode vir a ser um grande técnico.
Pensando cá com meus botões, não vejo conflito algum. Penso, aliás, que o fato de ter jogado só vai facilitar o seu trabalho.
E ele está provando isso.
Do banco de reservas, com a quadra na cabeça, Magic parece ter encontrado a fórmula ideal para resolver os enigmas que o time tem enfrentado durante as partidas.
Quatro vitórias
Sob o seu comando, os Lakers venceram quatro dos cinco jogos que disputaram.
Das quatro vitórias, duas delas foram contra o Houston e o Atlanta, dois dos líderes de divisões na NBA. Vitória acima dos dez pontos –para chargista nenhum botar defeito.
Magic luta agora contra o tempo.
A 12 rodadas do final da "regular season", os Lakers têm que tirar uma diferença de quatro derrotas desfavoráveis em relação ao Denver Nuggets, com quem briga para conquistar a última vaga para o playoff.
Lugar de direito
O tempo parece curto, mas não é impossível que os Lakers venham reaver o que a história mostrou ser seu de direito. Ou seja: uma vaga entre os melhores times da NBA.
Com isso, Magic evitaria que o time passe pela humilhação de ficar de fora do playoff, o que não ocorre há 19 temporadas.
Magic está voltando.
Prepare o seu coração.

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