São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994 |
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Biscaia
NELSON DE SÁ
Tamanha pressão não é fácil de suportar. Mas Biscaia, como ficou claro em suas entrevistas de ontem, está naquele estado quixotesco que domina, vez por outra, alguns homens públicos. Foi assim com a juíza Denise Frossard, no ano passado, ao mandar prender bicheiros. Foi assim também com o senador José Paulo Bisol, ao dar de encontro com o cartel das empreiteiras. Como no escândalo investigado por Bisol, o escândalo investigado por Biscaia só faz crescer, conforme passam os dias. Ontem, surgiram Maluf e Collor, mais um "batalhão inteiro", como lembrou, com certa ironia, o Jornal Nacional. Ambos são políticos de direita, finalmente –o que acaba com a paranóia política de que o escândalo foi "preparado" para destruir a esquerda. Havelange Explicaram ontem, na CNN, como João Havelange venceu mais uma. O presidente da Fifa teria aparecido com a idéia, que foi muito bem recebida pelas federações continentais, de aumentar para 32 o número de seleções na Copa do Mundo. Entra gente da África, da Ásia, do Oriente Médio etc. O velho esquema. Não dava para esperar outra coisa, de quem está na relação do bicho. Sim, porque a Globo não deu, com todos os seus interesses. Mas estava no SBT, na Bandeirantes, na Manchete. Estava numa frase revoltada de Biscaia, na rádio Eldorado, de manhã: "O João Havelange, que há anos e anos é presidente da Fifa, está lá recebendo do jogo do bicho." Texto Anterior: Restrição às pesquisas divide Congresso Próximo Texto: Aposentadorias especiais devem ser mantidas Índice |
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