São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 1994
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Comando da PM vai investigar 64 policiais que estão na lista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA SUCURSAL DO RIO

O Comando-General da PM (Polícia Militar) no Rio abriu sindicância interna para investigar –e punir, se for o caso– 64 oficiais e soldados incluídos na lista do jogo do bicho.
Além desses PMs, serão investigados aqueles que ocupavam cargos ou trabalhavam em batalhões incluídos na lista de propinas, mas sem a indentificação de nomes.
Um desses casos é o do comandante da PM no governo Moreira Franco, o coronel da reserva Manoel Elísio dos Santos Filho. Ele não foi encontrado ontem pela Folha. A PM não quis informar seu telefone ou endereço de contato.
A PM informou que o resultado das investigações sairá em até 30 dias e que novos nomes poderão ser investigados.
Tudo dependerá do andamento do trabalho da Procuradoria Geral de Justiça do Rio. Os PMs implicados estarão sujeitos a prisão de 30 dias, perda de função ou mesmo expulsão da corporação.
A maioria dos oficiais da ativa é de capitães. Segundo a PM, cerca de 15 oficiais devem ser afastados imediatamente de suas funções.
Receita
O secretário da Receita Federal, Osiris Lopes Filho, disse que vai cobrar IR (Imposto de Renda) de todas as pessoas que receberam doações de Castor de Andrade.
Osiris afirmou que está esperando apenas que o procurador-geral de Justiça do Rio, Antônio Carlos Biscaia, mande documentos à Receita confirmando o nomes das pessoas que receberam dinheiro.
"Estou mandando verificar se essas doações foram incorporadas ao patrimônio das pessoas. Se não declararam vamos cobrar o IR correspondente", disse Osiris.
A partir da lista, a Receita passará a fazer uma devassa fiscal na vida dos envolvidos. As declarações de bens serão analisadas junto com a movimentação bancária.
A Receita quer receber o impostos que deixou de ser recolhido aos cofres públicos. Osiris disse que o órgão já conseguiu cobrar a maior parte de uma primeira multa de US$ 5 milhões aplicada em janeiro contra os bicheiros.
Essa multa foi aplicada sobre as declarações de bens dos anos de 1991, 92 e 93 de 14 bicheiros, quatro empresas e mais 30 laranjas (pessoas usadas pelos bicheiros para lavagem de dinheiro). (Roni Lima e Ivanir José Bartot)

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