São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 1994 |
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Documento mostra envio de dólares à Suíça
EDNA DANTAS
Só em setembro do ano passado, a Piano International remeteu ao Société de Banque Suisse, em Zurique, via Nova York, US$ 497,5 mil divididos em quatro parcelas de US$ 100 mil e uma de US$ 97,5 mil, segundo documentos a que a Folha teve acesso. O extrato desta operação, grampeado a uma procuração de Castor em favor da Piano International, estava entre os documentos apreendidos no bunker do bicheiro em Bangu (zona oeste). Com a quebra do sigilo, os procuradores podem fazer um levantamento das pessoas, possivelmente "laranjas", que fizeram os depósitos na conta da empresa. Segundo a procuração apreendida, a conta do bicheiro no banco suíço pode ser movimentada e até bloqueada por seu representante credenciado, no caso, a Piano International. Outro procedimento do Ministério Público Federal (MPF) será pedir o bloqueio da conta de Castor no Société de Banque Suisse. Neste caso, a experiência das CPIs do PC (Paulo César Farias) e do Orçamento está ajudando na investigação do novo escândalo. Uma combinação entre a Lei Orgânica do Ministério Público, convenções internacionais e a legislação suíça pode facilitar a investigação da conta em Zurique. Para MPF, o bloqueio da conta de Castor poderá ser feita sem a intermediação do Banco Central. O MPF pode pedir o bloqueio diretamente ao seu equivalente na Suíça. A operação pode ser feita por carta rogatória –pedido de colaboração da Justiça fora do país– com a ajuda do Ministério das Relações Exteriores dos dois países. Com o bloqueio, os procuradores da República poderiam provar, além da remessa ilegal de divisas para a Suíça, crime contra o sistema financeiro, com a ausência do registro do dinheiro nas declarações de Imposto de Renda. Texto Anterior: Comando da PM vai investigar 64 policiais que estão na lista Próximo Texto: Conta facilita fuga de dinheiro Índice |
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