São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 1994
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Indústria propõe 14,11% a metalúrgicos

DA REPORTAGEM LOCAL E DA FOLHA ABCD

As empresas do setor automotivo ofereceram um reajuste de 14,11% aos metalúrgicos do ABCD e interior ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), que têm data-base em abril.
A informação do presidente do Sindipeças, Paulo Buteri, no entanto, não foi confirmada pelo presidente da Anfavea, Luiz Adelar Scheuer. Segundo ele a proposição de um índice só será feita hoje, em reunião do grupo 5 da Câmara Setorial da Indústria Automotiva.
Ontem, representantes da indústria e da Federação dos Metalúrgicos tiveram reunião preparatória ao encontro de hoje. O grupo 5 é o responsável pelas discussões trabalhistas dentro da câmara setorial.
Hegberto Della Navarro, presidente da Federação, afirmou afirmou que a intenção do governo ao convocar a reunião "é evitar greves e aumentos salariais que considere elevados para não comprometer o plano econômico".
A participação dos representantes dos trabalhadores na reunião de hoje só será definida em assembléia que se realiza na manhã de hoje.
Greves
Mais de 14 mil trabalhadores da região do ABCD estão em greve. Ontem os 1.700 trabalhadores da Pirelli Pneus, de Santo André, e 7.000 dos 12.000 trabalhadores da construção civil de São Bernardo e Diadema paralisaram suas atividades reivindicando r
eajustes salariais e reposição da inflação de fevereiro. O ABCD foi a primeira região do país a deflagrar greves contra o Plano FHC.
Na Firestone, de Santo André, os 4.700 funcionários decidiram na noite de sábado manter a greve iniciada na segunda-feira passada, apesar de o TRT (Tribunal Regional Eleitoral) ter declarado a greve abusiva e improcedente.
Ainda no setor dos borracheiros, também pararam a Labortec, de Santo André, e a Paranoá, de Diadema, envolvendo as duas 1.200 trabalhadores.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Artefatos de Borracha da Grande São Paulo, Ademir Chiafareli, a empresa não fez propostas aos trabalhadores em duas semanas além da antecipação de 10%.
A gerência de Assuntos Corporativos da empresa informou que não há nenhuma reunião de negociação maracada e não informou qual o prejuízo co a paralisação.
Segundo assessores do presidente da Anip (Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos), Pirelli e Firestone, com produção diária de 30 mil pneus, respondem por mais de 50% da produção brasileira do setor.

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