São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 1994
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Consulta a SPC bate recorde após primeiro salário em URV

DA REPORTAGEM LOCAL

A média diária de consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) de 1º a 9 de abril em São Paulo apresentou crescimento de 11,24% em relação ao mesmo período de março.
Em 8 e 9 de abril, dias que corresponderam ao final de semana imediato ao pagamento do primeiro salário em URV, as consultas bateram recordes no ano. Foram 29.668 no dia 8 e 33.098 no dia 9.
O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Lincoln da Cunha Pereira, no entanto, considera prematuro afirmar que os números revelem uma tendência de retomada de vendas.
Mas eles podem indicar que o consumidor começa a reutilizar o crediário tradicional. O número de consultas ao Telecheque –que teoricamente reflete vendas à vista, mas tem embutido a prática do pré-datado– teve queda de 5,72% em relação ao mesmo período de março, o que indicaria "migração ao crédito formal", diz.
Aos poucos, segundo Pereira, o comércio espera que o crediário retome níveis históricos de participação nas vendas, que chegaram a 80% do volume total, contra 20% de vendas à vista.
Mas faz questão de afirmar que o movimento atual não caracteriza explosão do consumo. "Em 1988 e 1989 tínhamos de 35 mil a 40 mil consultas diárias ao SPC. Ainda estamos longe disso", afirma.
As consultas ao Telecheque, apesar de terem caído da média diária de 52.596 até 9 de março para 49.590 em abril, ainda estão bem acima das 35 mil a 45 mil/dia dos anos de 88 e 89.
Para o presidente da Associação Comercial, o aumento do consumo se dará de forma gradual, "na medida que as pessoas forem recebendo seus salários em URV e analisando suas possibilidades de endividamento".
A volta do "crediário formal" com maior número de prestações, segundo Pereira, tende a trazer de volta um grande número de consumidores de baixa renda, "marginalizados no mercado com as restrições ao crédito".

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