São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 1994
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Mercedes e Scania aderem à greve em SP

DA REPORTAGEM LOCAL E DAS REGIONAIS

A Mercedes e a Scania aderiram ontem à greve dos metalúrgicos do Estado de São Paulo da base da CUT, iniciada anteontem.
A Dako, de Campinas, também parou ontem. Mas 8.000 trabalhadores de 8 empresas de autopeças da região do ABCD voltaram ao trabalho, depois de aceitar a nova proposta dos empresários do setor.
Com isso, o número total de grevistas, segundo Carlos Alberto Grana, presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, caiu para 42 mil, frente aos 44 mil que pararam anteontem.
Os principais setores atingidos foram eletroeletrônico e máquinas (Grupo 19/3 da Fiesp). Ariovaldo Lunardi, do Sindmaq, estima em 20 mil o número de trabalhadores dos dois setores parados (60 empresas de um total de 6.000).
Apesar de a CUT ter considerado razoável a proposta de 19% feita pelas montadoras e ter proposto sua aceitação junto aos trabalhadores, os funcionários da Mercedes-Benz e da Scania, de São Bernardo, a rejeitaram em assembléia.
Na Scania, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, pararam 3.000 fucionários. Na Mercedes são 250 os trabalhadores parados do setor de motores.
Na Ford e Volks, no ABCD, os funcionários aceitaram os 19%.
Em São Caetano, o sindicato da categoria, ligado à Força Sindical, manteve a paralisação de 3.000 na GM. Cerca de 700 veículos deixaram de ser produzidos. Na GM de São José dos Campos, base da CUT, os 19% foram aceitos.
O presidente da Anfavea (representa as montadoras), Luiz Adelar Scheuer, disse que espera um refluxo das greves na Scania e Mercedes com a aceitação dos 19% por outras montadoras. Segundo ele, o repasse do aumento salarial aos preços dos automóveis vai depender de cada empresa.
Na cidade de São Paulo, a greve contra as perdas com a URV cresceu. Mais duas empresas pararam: a SKF e a Leson, totalizando 12 empresas e 10.500 trabalhadores.
A informação é de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que assume a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força Sindical, hoje. Na Villares, a greve, segundo a empresa, atingiu 850 trabalhadores.
Paulinho enviou ontem telex ao ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, pedindo uma negociação.
Jayme Borges Gambôa, da Fiesp, disse que as greves contra perdas com a URV são ilegais e os sindicalistas, "anarquistas".

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