São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 1994
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Masp recebe acervo de design gráfico

FERNANDA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de hoje, o Masp passa a contar em sua biblioteca com o acervo de livros e revistas sobre design gráfico, doado por Takeo Hirata, primeiro secretário da Embaixada do Japão no Brasil.
"Fiz a doação, em primeiro lugar, porque gosto muito do Brasil", diz Hirata, 33, que participou da criação da Associação Japonesa de Design Gráfico. Hirata está no Brasil há três anos, mas no fim deste mês volta a viver no Japão.
Hirata diz que sobra criatividade no Brasil em todas as áreas de atividade, mas que do ponto de vista do design o país ainda tem muito para crescer. " Vejo que há hoje no Brasil uma abertura de mercado, programas de qualidade e produtividade sendo desenvolvidos nas empresas, mas acho que falta uma atenção maior ao design para haver um equilíbrio maior na produção", diz.
Os cerca de 120 livros e 200 revistas sobre design gráfico que Hirata doou ao Masp podem ser um começo para um intercâmbio maior entre as experiências japonesa e brasileira. "Começando pelo design gráfico, que é uma parte visual, é mais fácil de começar um trabalho dentro do novo conceito de design que estamos desenvolvendo" (leia texto abaixo).
O designer gráfico é o responsável pela criação de embalagens, catálogos, logotipos de empresas –tudo o que tem a ver com a apresentação de um produto.
Além da doação de livros e revistas, Hirata acertou para o Masp receber continuamente a revista "Nikkey Design", segundo ele, a mais avançada do Japão.
Através do Ministério do Comércio Exterior e Indústria (Miti) do Japão, Hirata possibilitou também convidar profissionais brasileiros para estagiarem no Japão.
Hirata diz que a imagem do Brasil no mundo ainda é samba e futebol. Mas ele acredita que, com o desenvolvimento da área do design, o país talvez possa mudar essa imagem. Deixar de ser um país "exótico" e passar a contribuir criativamente para o mundo.
Em 1987, Hirata foi bolsista da Universidade de Harvard, onde estudou as relações entre as ciências políticas e as questões estéticas, no curso "Design e Imagem do País". Desenvolveu também nos Estados Unidos um estudo comparativo sobre as diferenças nos designs e estratégias entre japoneses, americanos e europeus.
"Introduzindo esse novo conceito de design no Brasil, através dessas coleções e seminários, acho que o Brasil poderá contribuir a médio prazo com muitas soluções criativas para o mundo", diz.

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