São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994 |
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Negociação dura quase 12 anos
FERNANDO RODRIGUES
O México parou de pagar por causa da crise do petróleo. Os preços do óleo cru subiram e jogaram os juros internacionais para o espaço. Por exemplo, os juros anuais da dívida brasileira subiram de um patamar abaixo de 10% para 22%. O governo brasileiro fez sucessivas moratórias, o termo utilizado para calote internacional. No governo de João Figueiredo, as contas não eram pagas mas o então poderoso ministro Delfim Netto mantinha as aparências. Para não azedar muito a relação com os credores, Delfim assinava cartas de intenção com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Essas cartas continham, como o nome diz, as intenções do governo brasileiro para a sua economia. O FMI aceitava as promessas e recomendava aos bancos um tratamento melhor ao país. Logo depois, Delfim descumpria a carta. Quando chegou a Nova República, em 1985, a situação se agravou. José Sarney foi convencido a enfrentar os bancos. Seu ministro da Fazenda Dilson Funaro decretou moratória unilateral. A moratória de Funaro acabou em outubro de 1988, data do último acordo. Durou pouco. Em julho de 1989 os pagamentos começaram a atrasar e nunca mais foram normalizados. Ou seja, o Brasil está dando um calote ininterrupto nos bancos há quatro anos e oito meses.(FR) Texto Anterior: Brasil fecha acordo com bancos credores Próximo Texto: Entenda quais são os efeitos do acordo Índice |
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