São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
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Procuradoria deve denunciar 70 pessoas da lista

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

A Procuradoria-Geral de Justiça do Rio deverá denunciar à Justiça, na próxima semana, cerca de 70 pessoas envolvidas com o esquema de corrupção do jogo do bicho.
A maioria das ações penais ajuizadas será de policiais civis e militares. Haverá pedido de prisão preventiva de muitos deles. Os policiais serão denunciados por receber propinas do bicho.
Na lista encontrada no escritório do bicheiro Castor de Andrade constam nomes como os dos delegados Hélio Vígio, Elson Campello, Antônio Nonato da Costa e Octávio Seiller. Vígio comanda a DAS (Divisão Anti-Sequestro).
Todos os policiais envolvidos no escândalo do bicho vêm negando qualquer ligação com os bicheiros. Alguns delegados aparecem na lista de Castor de Andrade como mensalistas.
Nos documentos em poder da procuradoria existem dados referentes a pagamentos mensais de US$ 15 mil. Alguns policiais poderão ter seus bens sequestrados, em ações civeis posteriores.
A procuradoria estuda o ajuizamento de ações civis públicas contra policiais que apresentam patrimônio incompatível com o nível de renda familiar.
Por temer o alto nível de corrupção da cúpula da Polícia Civil, o procurador-geral, Antônio Carlos Biscaia, não quis enviar o material apreendido para perícia policial.
A tática é fazer com que a perícia seja pedida apenas em juízo, e requisitada a um órgão considerado independente. Para os promotores do caso existam indícios criminais suficientes.
Eles acreditam que a Justiça vai instaurar as ações criminais sem a necessidade de perícia prévia. Para eles, a instauração de uma ação penal só requer perícia prévia em dois casos.
Um deles é quando se trata de crime envolvendo a apreensão de tóxicos. O segundo, quando se trata de crime contra a propriedade material.

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