São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994 |
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Truffaut e Bogdanovitch adaptaram autor
JOSÉ GERALDO COUTO
Sem contar "Retrato de uma Senhora", o escritor norte-americano Henry James (1843-1916) já teve oito de suas histórias transformadas em filmes. Embora pequeno diante da extensão da obra do autor – 21 romances e 112 contos–, o número surpreende pelo seu tipo de literatura, de poucos eventos espetaculares e muita sutileza psicológica. Além de James Ivory, que adaptou "Os Bostonianos" e "Europeus" (disponíveis em vídeo), outros diretores célebres levaram James às telas. Entre eles, François Truffaut, que em 1978 transformou o lúgubre conto "The Altar of the Dead" –história de um homem que passa a vida cultuando seus mortos– em "La Chambre Verte", transpondo a ação para 1928. Em 1974, Peter Bogdanovich escalou sua então mulher Cybill Shepherd no papel-título de "Daisy Miller", a tragédia de uma jovem americana às voltas com os códigos morais europeus. Antes disso, William Wyler havia explorado em "A Herdeira" (1949) o potencial dramático de "Washington Square", novela sobre a queda-de-braço entre uma filha romântica e um pai dominador. Mas talvez a adaptação mais bem-sucedida de um texto de James tenha sido "Os Inocentes" (1961), que Jack Clayton rodou em preto-e-branco, com Deborah Kerr como protagonista, a partir do conto "A Volta do Parafuso". Nessa clássica história de terror, uma governanta presencia (ou fantasia) o assédio de duas crianças por fantasmas. O mesmo conto inspiraria "Os que Chegam com a Noite" (Michael Winner, 1971), interessante especulação sobre o que teria acontecido com as crianças antes do início do texto de James. Uma curiosidade: o projeto com que o ator José Wilker pretende estrear na direção cinematográfica é uma adaptação de "A Fera na Selva", de Henry James. Texto Anterior: Dois diretores filmam mesma obra de James Próximo Texto: Livro descreve paixão concreta Índice |
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