São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 1994
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Moto mata 8 vezes mais que carro

DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Viajar de motocicleta na cidade de São Paulo é oito vezes mais perigoso que de carro. Para cada uma morte de ocupante de carro, ocorrem oito mortos em motos.
A conclusão é de estatística da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) feita no primeiro semestre do ano passado. A pesquisa só será publicada no ano que vem.
As motocicletas são minoria no trânsito paulistano –são 126.373 em circulação, contra uma frota de 3.031.302 carros em circulação.
A frota de motocicletas representa apenas 3% do total de veículos em circulação, mas são responsáveis por 6% do total de acidentes registrados na cidade.
A pesquisa da CET mostra que morrem em média 18 motoqueiros por mês. Em um ano, esse dado equivale a uma morte para cada 585 motocicletas em circulação.
Outras 53 pessoas morrem todo mês em carros –sem contar ônibus, caminhões e atropelamentos. É o equivalente, em um ano, a uma morte para cada 4.766 carros.
Os especialistas em trânsito têm várias explicações para a desvantagem das motos frente aos carros. A principal é que as motos são os veículos menos seguros que existem.
Além disso, os usuários de motos nem sempre tomam os cuidados necessários –trafegar sempre na faixa, usar capacete e deixar o farol acesso, mesmo durante o dia.
Outra pesquisa da CET, de 92, também depõe contra as motos. Naquele ano, os motoqueiros atropelaram 1.409 pedestres –proporcionalmente à participação no trânsito, três vezes mais que os carros.
A CET estima que cada morte no trânsito no Brasil custa US$ 80 mil dólares. O cálculo é feito a partir da soma do potencial de trabalho da vítima, de gastos com hospitais, funerais etc.
Isso significa que a média de 18 motoqueiros mortos por mês resulta em um prejuízo anual de US$ 17,2 milhões –o que daria para comprar 2.300 Fuscas.

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