São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 1994 |
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Esquema de bicheiros era igual ao de PC
WILLIAM FRANÇA
O primeiro "fantasma" identificado pela PF é Estanislau Meireles, ligado a Cláudio Antônio Guerra –ex-delegado da Polícia Civil em Vitória (ES). Guerra foi classificado pela PF como uma das 14 pessoas que mais movimentam dinheiro e têm ligação com bicheiros do Rio. Estanislau foi identificado pois, junto com seus extratos bancários, foi remetido documento do banco constatando que o CPF usado para a abertura da conta era falso. A PF aguarda confirmação da Receita. As 14 pessoas que a PF denominou de "cabeças de grupo" não são necessariamente bicheiros (caso de Guerra). O bicheiro Antônio Kalil encabeça o grupo 5 e é o que tem maior movimentação. A PF fez esses levantamentos com base na documentação de quebra de sigilo de 82 pessoas e 42 empresas. Os "cabeças de grupo" usam várias empresas de fachada, como hotéis, motéis, loterias, imobiliárias e postos de combustíveis. Essas empresas, por movimentarem diariamente grandes somas, podem dissimular mais facilmente o dinheiro do jogo do bicho. A PF já identificou bicheiros com dois CPFs. Há casos de pessoas cujos CPFs verdadeiros não coincidem com os encontrados nos documentos. E outros em que o bicheiro é o terceiro titular de uma conta –assim, ele não aparece no talão de cheque (só tem o nome de dois), mas pode assiná-los. Esses dois outros, para a PF, podem ser "testas-de-ferro" (que dissimulam com consentimento), "laranjas" (que têm documentação usada sem consentimento) ou "fantasmas" (nomes fictícios). Os documentos estão sendo preparados para análise pela equipe do delegado Paulo Lacerda, que investigou o esquema PC. Texto Anterior: Análise deve durar dois meses Próximo Texto: Câmara cassa Raunheitti e Raquel e absolve Aníbal Índice |
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