São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 1994 |
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Pais vão à Justiça contra serviço comunitário obrigatório nas escolas
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Eles alegam que a exigência da prestação de trabalhos para a comunidade como condição para a obtenção do diploma é inconstitucional. A entidade de defesa dos direitos humanos Instituto para a Justiça, baseada em Washington, apóia seus argumentos e pretende ir até a Suprema Corte contra os serviços comunitários. Os advogados do Instituto para a Justiça dizem que esse tipo de trabalho se assemelha à escravidão, viola o direito de privacidade dos estudantes e interfere na formação moral das crianças pela família. Os defensores da medida argumentam que ela é uma retribuição dos alunos à comunidade que lhes dá o estudo gratuito, oferece a eles a chance de serem úteis à sociedade e cultiva os valores da boa cidadania. Em vários Estados dos EUA os alunos de segundo grau têm que passar de 50 a 60 horas ajudando hospitais, asilos, bibliotecas e outras entidades. Em geral, as escolas não aceitam o argumento de que rapazes e moças inscritos em instituições como os escoteiros podem ser dispensados da prestação de serviços comunitários na escola. O argumento é de que o objetivo do programa é fazer os adolescentes trabalharem em serviços que não lhes dêem qualquer vantagem pessoal. Vários casos de pais de estudantes inconformados chegaram a cortes federais de recursos. Até agora, nenhum deles obteve sucesso. A Suprema Corte tem se recusado a discutir o assunto por enquanto. O Instituto para a Justiça espera que ele entre na pauta da Corte este ano. Alguns estudantes têm se recusado a prestar o serviço comunitário e ficam sem o certificado de conclusão do segundo grau. Mas várias universidades resolveram adotar como política dispensar a exigência do certificado de bons alunos que não o têm por esse motivo. (CELS) Texto Anterior: Em Santos, distribuição de seringas foi parar na Justiça Próximo Texto: No Brasil trabalho é opcional Índice |
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