São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 1994
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Empresários querem liberação da economia

DA REPORTAGEM LOCAL

A pesquisa da Price Waterhouse mostra que as maiores empresas do país querem menos impostos, liberação da economia e combate à sonegação.
Para os empresários, esses são os pontos "promissores" das propostas já apresentadas para estabilizar a economia.
Segundo os empresários, a simplificação do sistema tributário com 95,1% das respostas, seguida da desregulamentação e liberação da economia, com 93%, teriam efeitos positivos.
O combate à sonegação (92,6%) e a redução da taxa de juros também são considerados importantes para a estabilização.
A pesquisa revela ainda uma tendência de recuo dos investimentos das maiores empresas do país.
No ano passado, elas investiram 14,1% de seus recursos. Isso acabou sendo menos do que a taxa de 15,9% que era a expectativa de investimentos anterior para 93.
A projeção para os primeiros seis meses de 94 (10,9%) indica um recuo ainda mais expressivo.
Riscos
A pesquisa aponta que a taxa mínima de retorno esperada na aprovação de novos projetos pelas grandes empresas nacionais é de 16,7%.
A taxa é o lucro que os empresários esperam obter com o investimentos de seus recursos próprios.
Essa taxa é de 8% em média nos países em desenvolvimento da América Latina e Ásia. Isso, argumenta a Price Waterhouse, coloca o Brasil em desvantagem na captação de investimentos externos.
A Price Waterhouse disse que essa taxa de retorno revela uma "percepção bem acentuada de riscos ao investimento no país".
Os empresários disseram que a corrupção, com 46,8% das respostas, é o maior risco político aos investimentos no país.
Com relação aos riscos macroeconômicos, a inflação permanece liderando com 86,3% das respostas, seguida da carga tributária, com 77,5%.
Quanto aos riscos operacionais, o crescimento da concorrência nos atuais produtos é indicado por cerca de 40% das maiores empresas do país como um fator de risco muito alto.
Para a Price Waterhouse, isso é o resultado da tendência de abertura crescente da economia brasileira à competição externa, o que aumenta a competição.(ACS)

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