São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994
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Campanha de FHC só vai à rua após a Copa

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
EDITOR DO PAINEL

Virtual candidato do PSDB à Presidência, Fernando Henrique Cardoso só começará sua campanha de rua após o fim da Copa do Mundo, marcado para 17 de julho.
FHC acha que a eleição só será decidida na reta final. Ou seja: após a implantação do Real, quando, espera, a inflação cairá para algo próximo a zero. Só então ele terá um resultado concreto para apresentar ao eleitorado mais pobre. Daí o adiamento da fase intensiva de sua campanha.
Na última etapa de sua corrida ao Palácio do Planalto, FHC fará uma maratona de comícios. Sempre que possível, se integrará aos palanques das campanhas estaduais. Ele espera cobrir de 60% a 70% do colégio eleitoral nos últimos 75 dias antes do primeiro turno, em 3 de outubro.
Experientes caciques do PFL, que estarão no mesmo barco que FHC, acham curto demais o período de campanha de rua.
O cronograma tucano divide a campanha de FHC em três fases –antes, durante e após a Copa– e prevê as linhas gerais da programação de cada uma delas. Foi elaborado pelo secretário-geral do PSDB, Sérgio Motta, e aprovado pelo candidato esta semana.
A cúpula tucana considera praticamente superadas as dificuldades estaduais geradas pelo acordo com o PFL en nível nacional.
Nos vários Estados em que o partido articula coligações regionais que têm o PFL como adversário, a solução será o presidenciável subir em mais de um palanque. Um, com os colegas tucanos, outro com os coligados pefelistas.
A única exceção, na opinião de FHC, é a Bahia –onde a solução encontrada foi "amputar" o PSDB local. Lá, ele trocou o apoio dos deputados Jutahy Jr. e Waldir Pires, e da prefeita de Salvador, Lídice da Mata, pelo do ex-governador Antônio Carlos Magalhães.
O próximo passo é atrair ao menos uma ala do PPS –apesar do apoio de Roberto Freire (PPS-PE) a Lula– e o PV. Menos do que conquistar novos eleitores, a intenção é dar um "verniz" menos conservador à frente eleitoral.
Frente político-eleitoral é o nome provisório pelo qual os tucanos estão chamando suas coligações. Não querem chamá-la de aliança para não reforçar a comparação com a Aliança Democrática de 1984 –que consideram estar associada a uma imagem fisiológica.
O nome definitivo para a frente será escolhido entre sugestões encomendadas junto a especialistas em marketing político contratados para a campanha.
Passada a convenção do PSDB, FHC viajará aos Estados para reunir-se com lideranças partidárias, de entidades civis e sindicais. Os encontros devem ocorrer, de preferência, em locais fechados.
Um desdobramento desta fase da campanha, já durante a Copa, será uma nova rodada pelo país. Desta vez, visitando as capitais e cidades que tenham importância regional, como por exemplo Contagem, em Minas Gerais.

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