São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tucano vai atrás dos votos dos mais pobres

DO PAINEL

FHC considera que Lula já está praticamente no segundo turno. Ao prever a bipolarização da eleição, pretende concentrar na disputa dos votos do eleitorado mais pobre o embate com o petista.
"Não sou o anti-Lula. Em eleição é preciso ser a favor, não contra alguma coisa. Eu sou otimista em relação ao Brasil, enquanto Lula aposta na crise", diz FHC.
A estratégia do tucano ao destacar seu "otimismo" é salientar a diferença entre ele e Lula: enquanto defende um plano econômico, que pode resultar na queda da inflação, seu adversário se beneficiaria justamente de seu fracasso.
O tucano não esperava alcançar cerca de 20% de intenção de voto a seis meses da eleição. Mas sabe que só poderá crescer mais se conquistar espaço junto às classes D e E, onde o petista já se firmou.
FHC aposta que a eventual queda da inflação, após a implantação da nova moeda, implicará um aumento instantâneo do poder de compra da população mais pobre.
A equipe econômica teme que esse eventual aumento do poder aquisitivo provoque uma corrida para o consumo e, por consequência, inflação já nos primeiros meses de vida da nova moeda. Mas o ex-ministro descarta esta hipótese: "Seria apostar no fracasso."
Além disso, FHC conta com os votos das regiões pobres do Nordeste que, segundo avaliação da direção do PSDB, só podem ser obtidos com a aliança com o PFL.

Colaborou a Sucursal de Brasília

Texto Anterior: Campanha de FHC só vai à rua após a Copa
Próximo Texto: D. Luciano recua e aceita a coligação PSDB e PFL
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.