São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994 |
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Numa boa No início de 1993, os ministros Maurício Corrêa (Justiça) e Henrique Hargreaves (Gabinete Civil) foram encarregados por Itamar de coordenar reuniões com grupos de ministros. A meta: buscar idéias para tirar o governo do marasmo. Os ministros da área econômica foram reunidos por Hargreaves em sua sala, no Palácio do Planalto. O grande assunto do encontro foi a necessidade de elaborar um plano para reduzir a inflação e colocar a economia nos eixos. A cada idéia, porém, alguém lembrava do poder de fogo de empresários e banqueiros. Walter Barelli (Trabalho) pediu a palavra. Disse que o temor aos banqueiros não deveria imobilizar o governo: – Mesmo porque ninguém gosta deles. Se o governo fizer alguma coisa que os desagrade, a população ficará com o governo. Hargreaves olhou de imediato para o ministro da Indústria e Comércio, Andrade Vieira, dono do banco Bamerindus. – "Ninguém gosta" é um exagero, ministro. Poderíamos dizer: "Exceto os presentes, ninguém gosta" –acudiu Hargreaves. A gargalhada que se seguiu sepultou o constrangimento. Texto Anterior: Em todas as pontas; Jogo de fato; Cizânia quercista; Descarte; Dedicatória bruta; Esforço inútil; Melhores plagas; Pressão condecorada; Denúncia vazia; Nostalgia; Arma de guerra; Sementes da discórdia; A lista de Brown; Alvos; Novo bunker; Ameaça do chefe; Na sobra; TIROTEIO Próximo Texto: 'Contras' negociam recuo em troca dos monopólios Índice |
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