São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994
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Café acumula 8,75% de aumento em URV este mês

DA REPORTAGEM LOCAL

Café acumula 8,75% deaumento em URV este mês
Reajuste em cruzeiro real é de 34,07% nos primeiros 18 dias do mês
O preço do pó de café subiu 34,07% em cruzeiros reais nos primeiros 18 dias de abril, nos supermercados de São Paulo.
Em Unidade Real de Valor (URV), isto é, descontada a inflação, a alta foi de 8,75%, no mesmo período. Isso garantiu ao produto a sétima posição entre os itens da cesta básica que mais subiram em abril.
Os dados são do Procon-Dieese que pesquisa diariamente 31 produtos da cesta básica em 70 lojas da cidade.
O café superou a variação da cesta básica. Ela ficou 2,61% mais cara em URV e 28,92% em cruzeiros reais em abril.
A escalada de preços do produto no mercado interno foi desencadeada pela perspectiva de queda na produção mundial e o acordo de retenção firmado no final do ano passado pelos países produtores.
A safra mundial 93/94 é de 84 milhões de sacas de 60 quilos. O consumo gira em torno de 90 milhões de sacas.
Os preços estão subindo para o consumidor acima da inflação desde o final de 93.
Nas contas do Procon-Dieese, o produto subiu 301,61% em cruzeiros reais desde janeiro, contra 288,02%, variação da cesta básica.
Os números da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostram que o café subiu de dezembro 93 a março 191,90%. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) variou 175,18% no período.
Em abril o produto continuou subindo acima da inflação. Na primeira quadrissemana do mês, a alta foi 56,72%, contra uma inflação de 43,17%.
Na segunda quadrissemana, o preço do café variou 52,60%. O IPC registrou alta de 44,74%.
A subida de preços fez o consumidor recuar. Nos três primeiros meses do ano, as vendas da indústria para o varejo foram 25% menores, comparadas a igual período de 93.
A informação é de Dagmar Oswaldo Cupaiolo, presidente do Sindicato da Indústria do Café do Estado de São Paulo.
O consumo nacional, que chegou a 4,5 quilos por habitante ao ano em 85, hoje não passa de 2,7 quilos, diz Cupaiolo.
A queda nas vendas já bateu na contabilidade das torrefadoras. Nos três primeiros meses do ano cerca de dez pequenas empresas encerraram as atividades em São Paulo. "Mais de 30 estão prestes a fechar", diz Cupaiolo.
Segundo ele, só as grandes empresas vão aguentar o prejuízo.

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