São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994 |
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Clinton dá nova guinada sobre a Bósnia
PATRICK WORSNIP
O duelo diplomático que se estende há dois anos entre EUA e Europa sobre a crise da ex-Iugoslávia mostra o vazio de liderança no Ocidente pós-Guerra Fria. Ao longo da crise, os europeus pareceram presos entre o desejo de ver os americanos tomarem a liderança e o medo de que a política americana para a Bósnia acabasse criando mais confusão. A linha de Washington foi, em essência, definida pelo ex-presidente George Bush, que decidiu que a Iugoslávia era um problema dos europeus que eles deveriam resolver sozinhos. Clinton tentou tomar um papel mais ativo, mas foi impedido por ter duas metas inconciliáveis: 1) o desejo de ver a América liderar a Otan e pressionar os sérvios; e 2) o sentimento de que o conflito não ameaça interesses americanos e que há pouco apoio do Congresso ao envio de tropas. A União Européia acha que os EUA nunca apoiaram realmente suas tentativas de negociar um acordo de paz. O mediador da UE, lorde David Owen, disse que a hostilidade dos EUA destruiu seu plano de dividir a Bósnia em dez províncias autônomas. No início deste ano, os europeus acharam que tinham passado os EUA para trás com um plano de dividir a Bósnia em três mini-Estados étnicos. Eles esperavam que os americanos convencessem os muçulmanos a aceitar isso, enquanto a Rússia convenceria os sérvios. Em vez disso, os EUA negociaram um acordo de paz entre muçulmanos e croatas. Isso, combinado à bem-sucedida ameaça de ataques aéreos que pôs fim ao cerco a Sarajevo, isolou os sérvios. A chacina de Gorazde fez com que a paz pareça remota. Texto Anterior: Ataque sérvio faz 20 mortos em hospital de Gorazde Próximo Texto: Rabin admite tirar colônias para ter paz com a Síria Índice |
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