São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994
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Japão supera divergências para formar novo governo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os sete partidos da coalizão que governa o Japão conseguiram ontem, depois de um impasse que durou duas semanas, fechar um acordo sobre a plataforma para o próximo governo.
O impasse envolvia uma questão econômica (reforma fiscal) e outra política (Coréia do Norte).
A finalização da plataforma (programa político) permite que o Parlamento aponte o sucessor do premiê, Morihiro Hosokawa.
Membros da coalizão disseram que o chanceler, Tsutomu Hata, deve ser eleito primeiro-ministro na segunda-feira. Hata já foi informalmente aprovado pelos partidos.
Hosokawa renunciou no dia 8 para que sejam apuradas as denúncias de corrupção contra ele.
Na declaração final da plataforma foram feitas modificações para agradar o Partido Socialista, o maior da coalizão. Segundo analistas, divergências agudas vão continuar afetando o próximo governo.
Os socialistas ameaçavam sair da coalizão, que perderia assim sua estreita maioria no Parlamento.
A coalizão tem 270 das 551 cadeiras da Câmara dos Deputados, cujo voto prevalece sobre o do Senado em questões importantes, como a escolha do premiê.
O Partido Socialista recusava-se a aceitar que a plataforma aprovasse um aumento no imposto sobre consumo e medidas drásticas (até militares) contra a Coréia do Norte, caso as Nações Unidas decidam por sanções contra o suposto programa de armas nucleares do país.
Sobre a Coréia do Norte, os socialistas insistiam que a China (além dos EUA e Coréia do Sul) fosse citada como um dos países que o Japão precisa consultar ao decidir como responder à crise.
A fórmula encontrada foi substituir "China" por "outros países asiáticos" na declaração final.
Um grupo da coalizão queria compensar a redução no imposto de renda com um aumento no imposto sobre consumo.
Os socialistas queriam eliminar este imposto. A declaração determina que qualquer novo imposto estará sujeito ao "entendimento nacional".

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