São Paulo, sábado, 23 de abril de 1994
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Itamar determina auditoria na Petrobrás

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Itamar Franco autorizou o ministro Alexis Stepanenko (Minas e Energia) a fazer uma devassa nas contas da Petrobrás, com o apoio da Receita Federal.
Stepanenko pediu a autorização para fazer a auditoria porque a Petrobrás não tem fornecidos os dados solicitados pelo governo.
Em audiência no início da noite de ontem com o presidente da República, • ministro das Minas e Energia disse que não tem conseguindo obter informações sobre a situação financeira da empresa. Segundo o ministro expôs a Itamar Franco, a auditoria pretende abrir o que ficou conhecido como a "caixa preta" da empresa.
Em nota oficial do Palácio do Planalto, o governo informou que o objetivo do governo é identificar "a real situação financeira da empresa, a estrutura de preços dos combustíveis e os valores das dívidas pendentes com o Tesouro".
A Petrobrás é considerada uma estatal rebelde. Recentemente, ela também não informou o governo sobre os valores dos salários que paga a seus altos funcionários. Esta dificuldade em conhecer a folha de pagamentos irritou o presidente Itamar.
Há quase três meses, a Petrobrás assinou contrato de gestão no qual se comprometeu a cumprir 22 metas de produtividade, qualidade, eficiência e redução da burocracia. Antes dela, somente a Companhia Vale do Rio Doce assinou este tipo de contrato.
Entre as metas assumidas pela Petrobrás estão o aumento da produção de petróleo e gás, aumento da rentabilidade e a redução do endividamento. O contrato foi assinado em cerimônia formal no Palácio do Planalto.
Foi na mesma cerimônia de assinatura do contrato que a Petrobrás fez o anúncio da descoberta simultânea de quatro novos campos de petróleo, na Bacia de Campos (Rio de Janeiro). Na ocasião, os diretores da empresa fizeram questão de apontar que as críticas contra a ineficiência da estatal eram falsas e fizeram declarações contra a privatização.

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