São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994
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NBA começa finais de cara nova

EDGARD ALVES; JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Atlanta, New York e Chicago, no Leste; Seattle, Houston, San Antonio e Phoenix, no Oeste. São os melhores. Mas está difícil apostar em um favorito ao título 93-94 da NBA (National Basketball Association), a liga profissional de basquete dos EUA.
Na próxima quinta-feira, as 16 melhores equipes da temporada iniciam a segunda fase –os playoffs– da temporada.
A NBA mudou de cara este ano. Não tem um time de ponta, como foram Los Angeles, Detroit e Chicago nas últimas temporadas. Também está marcada por uma nova era, a dos gigantes.
Os ídolos –antes alas e armadores– estão escalados em outra posição. Agora são pivôs. Grandalhões e pesados. Bem menos ágeis do que os astros que resgataram o prestígio da liga na década de 80, como Larry Bird, Magic Johnson e Michael Jordan, entre outros.
Até mesmo o título de MVP (melhor jogador) da temporada regular, desta vez, deve ficar com um gigante. Os mais cotados são Hakeem Olajuwon, do Houston Rockets, e David Robinson, do San Antonio Spurs.
Há outros ainda: Shaquille O'Neal, do Orlando Magic, que joga seu segundo campeonato da liga, e o experiente Patrick Ewing, do New York Knicks, que disputa a nona temporada.
O playoff é a hora da verdade na NBA. Os times são emparceirados para os confrontos, dois a dois, que acontecem em séries de cinco ou sete jogos. Quem perder está fora. A tabela sai hoje à noite.
O ala Charles Barkley, do Phoenix Suns, que na temporada passada foi eleito o melhor jogador na fase regular (a etapa do campeonato de 1.107 jogos que termina hoje), definiu bem as disputas da NBA: "O que vale, o importante, são os jogos dos playoffs".
Lógico que ele se referia aos times grandes, como o seu Phoenix, vice-campeão de 92-93, que sempre têm vaga certa nos playoffs.
A definição de Barkley tem sentido idêntico à máxima do turfe –"cavalo bom corre no fim".
Bem apropriada aos Suns, que, no ano passado, não aguentaram a corrida decisiva com os Bulls. Haviam feito sucesso na temporada, mas à custa de um desgaste só percebido na decisão.
Os jogos finais da temporada regular, nos últimos dias, foram desgastantes para os times que ainda alimentavam chance de classificação. O Charlotte Hornets viveu essa experiência. Ganhou oito dos nove jogos que disputou, mas a ressurreição do time na reta final veio tarde demais. A vaga ficou com o Miami Heat.
Em relação ao campeonato anterior, ocorreram duas modificações entre os classificados de cada conferência. No Leste, o Orlando Magic e o Miami Heat ocuparam as vagas do Boston Celtics e do Charlotte Hornets.
No Oeste, as duas equipes de Los Angeles, Lakers e Clippers, cederam seus postos para o Golden State Warriors e para o Denver Nuggets.
Os demais eliminados –Philadelphia 76ers, Washington Bullets, Detroit Pistons, Milwaukee Bucks, Minnesota Timberwolves e Dallas Mavericks– debutaram na temporada com baixa cotação para despontar entre os classificados.
As quedas do Boston Celtics e do Los Angeles Lakers foram as mais significativas. Ambos lideraram a liga nos anos 80 (os Lakers ganharam quatro títulos e os Celtics, três). Fracassaram na renovação de valores.
O Boston Celtics fica fora dos playoffs depois de 17 temporadas dentro dele. O LA Lakers tinha mais tempo ainda: 19 campeonatos consecutivos com participação na segunda fase do torneio.
No desespero, este último tentou a reviravolta com um golpe de emoção. Afastou o técnico Randy Pfund, colocando no cargo o ex-ídolo do time e da NBA, Magic Johnson, que havia anunciado o fim de sua carreira de jogador em novembro de 91 por ter contraído o vírus da Aids. O time melhorou, mas não tudo o que precisava.
Com as quedas dos Celtics, Lakers, Detroit Pistons e Philadelphia, os playoffs ficam sem nenhum dos campeões da década passada.
Em contrapartida, tem sensações da atualidade, como Atlanta Hawks, no Leste, e Seattle Supersonics, no Oeste.
O maior desafio, no entanto, fica por conta do Chicago Bulls, que iniciou o campeonato ainda sob o impacto do anúncio da aposentadoria do seu ex-ídolo e, por três anos consecutivos, melhor jogador das finais: Michael Jordan.
Os Bulls tentam igualar a façanha só realizada antes pelo Boston Celtics. Ou seja, conquistar o quarto título consecutivo da liga.

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