São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994 |
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Gays tentam casar no religioso
DANIEL CASTRO
A lista pode ser acessada pelos computadores de todas as lojas da Mesbla no Rio pelo código 413.2095. Relaciona os 37 itens que os "noivos" Adauto Belarmino Alves, 29, e Claudio Nascimento Silva, 23, querem ganhar. Eles sobem no altar na próxima sexta-feira. É a primeira vez que uma loja aceita uma lista de presentes para um "casal" gay. "Esperávamos que a Mesbla tivesse preconceito, mas fomos surpreendidos", diz Silva. Na lista, na frente da palavra "noiva" aparece o nome de Adauto. Os noivos pedem roupas de cama e eletrodomésticos para equipar o apartamento que dividem desde janeiro em Copacabana. Silva e Alves se conheceram há dois anos, em um encontro nacional de travestis, em Vitória (ES). "Ele (Silva) ficava me agarrando o tempo todo. No começo me irritava, mas acabei gostando", conta Alves. Alves, que frequentava a Igreja Metodista e é pesquisador do Iser (Instituto de Estudos da Religião), planejou ter sua união abençoada por uma pastora metodista. Uma pastora aceitou, mas voltou atrás depois que a informação "vazou" para a imprensa e ela foi repreendida pelos superiores. Alves se desligou da igreja. O casal ainda tenta arrumar dinheiro para pagar as passagens de uma pastora metodista norte-americana, que está em Brasília. O local do casamento ainda não está definido. Inicialmente, seria no Iser. Agora, pode ser na sede do grupo Atobá ou em um bufê. O casal, que se apaixonou ao som de Zizi Possi ("Foi Assim") e Simply Red, vai ter uma semana de lua-de-mel, mas gostaria de ganhar um presente que não está na lista: uma viagem com tudo pago. Texto Anterior: Agência tem 1.500 clientes cadastrados Próximo Texto: 'Gostei da foto dele no book' Índice |
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