São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994
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Enfermeiro é disputado por instituições

RP
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um profissional que durante anos foi visto como um auxiliar do médico e confundido com assistentes e técnicos está em falta no mercado de trabalho: o enfermeiro.
Quase todos os hospitais de São Paulo têm hoje vagas disponíveis em seus quadros para esse profissional, que muitas vezes é indevidamente chamado de enfermeiro-padrão (leia texto ao lado).
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC), por exemplo, tem uma das maiores demandas por enfermeiros da cidade.
Há 144 vagas disponíveis no hospital, que realiza a cada dois meses, em média, um concurso para o preenchimento delas.
"Nossos enfermeiros têm contato com as mais modernas técnicas e aprendem muito em pouco tempo, devido ao caráter de formação escolar do hospital", diz Olinda.
Segundo profissionais da área, essas vantagens têm feito com que os recém-formados visualizem um período de trabalho no HC como investimento na própria carreira.
Não há dificuldade para atrair um enfermeiro do HC. O salário médio pago pelos hospitais privados aos recém-formados (jornada de 35 horas semanais) é de 750 URVs. O HC paga 380 URVs.
Já o piso salarial da categoria para a Grande São Paulo é de 448,87 URVs (jornada de 44 horas semanais).
Especializações
Para trabalhar como enfermeiro, é preciso ter curso superior de enfermagem e ter o registro no Conselho Regional de Enfermagem (Coren). Pessoas com capacidade de se "dar" aos outros, com bom autocontrole e capacidade de liderança têm o perfil ideal.
Ao se graduar, o enfermeiro recebe a designação de generalista. A seguir, pode se especializar em terapia intensiva, enfermagem do trabalho, estomatoterapia, pediatria, obstetrícia e centro cirúrgico.
Na pós-graduação, o enfermeiro opta pelas áreas de psiquiatria, pediatria, médico-cirúrgica, obstetrícia ou saúde do adulto.
O mercado de trabalho é bastante amplo. O enfermeiro pode trabalhar em unidades de hemodiálise (filtragem de sangue), centros de diagnóstico, campanhas de saúde pública, empresas etc.
"Nos Estados Unidos, a assistência a domicílio está crescendo bastante e, no Brasil, alguns convênios médicos já cobrem esse serviço para pacientes que recebem alta antes do tempo", diz Evanisa.
Segundo Edson Dias Palácio, 31, da Humana Centro de Análise de Profissionais do Lar, há dificuldades para encontrar enfermeiros dispostos a prestar assistência a domicílio na área de fisioterapia e terapia ocupacional.
Em média, o salário de um enfermeiro que trabalhe 12 horas diárias atendendo a um paciente no domicílio é de 600 URVs.

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