São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994
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Fifa debate novas regras do futebol

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão da FPF de experimentar novas regras no Campeonato de Aspirantes vai na onda de uma tentativa de modernizar o futebol.
A Fifa é alvo de críticas por sua lentidão em tornar o futebol mais emocionante e adaptado à TV.
Os críticos citam, como exemplos de esportes que evoluíram, o basquete, o vôlei e a Fórmula 1. Nesses dois últimos, a presença de minicâmeras (no mastro que sustenta a rede e no carro, respectivamente) faz parte da regra.
A Fifa se defende, dizendo que essas regras fizeram do futebol o esporte mais popular do mundo.
Diz também que é necessário usar apenas regras fáceis de serem aplicadas em qualquer partida. Desde a criação das regras, as mudanças se ativeram a detalhes.
Na década de 60, surgiram as substituições e os cartões. Nos anos 90, houve mais mudanças.
Entre outras, foi proibido ao goleiro tocar com as mãos uma bola passada com os pés por um companheiro. Também foi decidido que todo jogador que impede com falta uma chance clara de gol deve ser expulso. Essa regra, porém, não é aplicada muitas vezes.
Por fim, foi alterada a regra do impedimento. Quando o atacante e o último defensor estão na mesma linha no momento do passe, a posição é agora legal.
A maioria das mudanças testadas nos aspirantes, inclusive a da mudança da região de impedimento, já foram rejeitadas pela Fifa. A cobrança de laterais com os pés pode entrar em vigor até 96.
O presidente da Fifa, o brasileiro João Havelange, tem adotado uma atitude dúbia em relação à questão. Em 1990, ele chegou a propor que o futebol passasse a ser disputado em quatro períodos de 25min. Diante da reação de dirigentes e esportistas, recuou.
Menos de um ano depois, disse no Brasil ser contra qualquer mudanças nas regras, "que são perfeitas".

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